Seminário discute comunicação social



Com o tema "Quem fiscaliza o quarto poder?", o 4º Seminário Internacional de Comunicação teve início nesta quinta-feira (20), no auditório do Interlegis, tendo como primeiro palestrante o senador Hélio Costa (PMDB-MG), que falou sobre o tema "Jornalismo responsável e estereótipos". O parlamentar, que também é jornalista, discutiu a fiscalização da imprensa e afirmou que as mídias nacional e internacional vivem hoje um momento muito delicado. Sobre a matéria do jornalista Larry Rohter, correspondente do jornal norte-americano NewYork Times, que falou sobre a preocupação dos brasileiros com o suposto hábito de ingerir bebidas alcoólicas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Costa classificou como "rigorosamente mal-feita, sem amparo e sem fontes fidedignas".

A regulamentação da imprensa também foi abordada pelo senador, que confessou haver extrema dificuldade por parte do Congresso para a votação dessa matéria. Na opinião do parlamentar mineiro, a lei de imprensa não deveria existir. Hélio Costa criticou ainda a exposição gratuita da violência na televisão brasileira.

Para falar sobre a experiência da imprensa sueca e da atitude dos jornais em ouvir os cidadãos, foi convidado o correspondente sueco na América Latina, Herik Jönsson. O jornalista relatou algumas experiências de jornais suecos nas questões de exposição de pessoas públicas, erros jornalísticos e indenizações. Jönsson tratou também do papel do ombudsman na Suécia, país onde surgiu esse conceito.

O presidente da TV Comunitária de Brasília, Beto Almeida, abordou o tema "Jornalismo comunitário: a contraface do quarto poder". O jornalista falou sobre legalização da radiodifusão comunitária, que, devido à "lentidão burocrática", submete à humilhação pessoas que tentaram e não obtiveram a permissão para colocar no ar televisões ou rádios comunitárias. Outra questão tratada foi a falta de pluralidade da televisão brasileira. Segundo Beto Almeida, uma solução seria a criação de um fundo de apoio à radiodifusão comunitária, que dinamizaria a produção, geraria mais empregos e, conseqüentemente, acarretaria maior pluralidade informativa.

Vão falar ainda no seminário o representante da organização não-governamental TVer e professor da Universidade de São Paulo (USP), Laurindo Leal Filho; o diretor-executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Fernando Martins; e o representante do Grupo Abril, Sidnei Basile. O 4º Seminário Internacional de Comunicação termina nesta sexta-feira (21), às 17h.



20/05/2004

Agência Senado


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