Senad: pesquisadores vão traçar perfil inédito sobre crack no Brasil



A Secretaria Nacional de políticas sobre drogas (Senad) já iniciou o treinamento de 150 pesquisadores para um trabalho inédito no Brasil: traçar o perfil e a quantidade de usuários de crack no País. Serão analisados os 26 estados brasileiros, o Distrito Federal e as nove regiões metropolitanas. Além disso, será realizado um levantamento da situação de disseminação da droga, que é consumida em forma de pedras, nas cidades de médio e pequeno porte e na zona rural. A formação está sendo realizada pela Fiocruz, no Rio de Janeiro.

 

As equipes serão capacitadas por meio de reunião presencial na sede da Fiocruz e cursos a distância, com acompanhamento de supervisor. Os pesquisadores em treinamento vão aprender uma nova estratégia para este tipo de investigação, chamada scale-up, ou Jogo dos Contatos que foi implantada no País, pela Fiocruz, no ano passado.

 

Especialistas da Fiocruz começaram a desenvolver o método Jogo dos Contatos em 2009, em parceria com uma das escolas americanas mais conceituadas no mundo, a Universidade de Princeton e a Universidade Federal de Minas Gerais.

 

Na época, foi realizado um amplo estudo com mais de 3.500 usuários de drogas, em dez cidades brasileiras. Hoje, a Fiocruz é pioneira nesse tipo de pesquisa, que foi criada para gerar dados estatísticos sobre populações ocultas ou de difícil acesso.

 

A metodologia se apóia nas redes sociais dos usuários de drogas. As vantagens do método, segundo Francisco Inácio Bastos, da Fiocruz, é gerar estimativas a partir de hábitos de terceiros, ao invés de obtê-los por meio dos hábitos da própria população pesquisada.

 

Além disso, o método do Jogo dos Contatos tem rapidez de execução e custo relativamente modesto. “Embora tenha que ser conduzido de forma bastante precisa e cautelosa”, disse Bastos.

 

Por esse motivo, serão realizados treinamentos locais ao longo de todo o processo de coleta de dados, em cada um dos 27 pólos de pesquisa. Também será mantido um esquema de supervisão dos pesquisadores, que se manterão em contatos permanentes por e-mail e telefone.

 

Serão confeccionados manuais de cada etapa do estudo (entrevistas, testagem e aconselhamento), que vão servir de base para os treinamentos e material de consulta adicional das equipes locais.

 

O trabalho da equipe de pesquisa deve, ainda, ter reflexos acadêmicos futuros. O Senad vai estimular os pesquisadores locais a elaborar artigos, monografias e teses sobre o assunto.

 

A equipe é composta por 54 pesquisadores para as 18 capitais que não contam com regiões metropolitanas; 81 pesquisadores para as nove regiões metropolitanas; profissional de estatística, consultor, investigador chefe, coordenador de pesquisa, gerente administrativo, contador e secretária. 


Fonte:
Portal Brasil

 



23/09/2010 19:44


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