Senado comemora 60 anos da Sociedade Pestalozzi de Niterói



Por iniciativa do senador Flávio Arns (PT-PR), o Senado homenageou com uma sessão especial, nesta quinta-feira (29), a passagem dos 60 anos de fundação da Sociedade Pestalozzi de Niterói. Também foi organizada a exposição "60 Anos da Pestalozzi de Niterói", na Senado Galeria, onde estão expostas obras de arte produzidas por pessoas com deficiência atendidas pelos programas especializados da entidade.

Flávio Arns disse que a programação oferecida pelo Senado é uma forma de reconhecer "o amor incondicional" e a importante trajetória da instituição que reúne pais, amigos e colaboradores e que é referência no atendimento das pessoas com deficiência em todo o país. Ele lembrou que a Sociedade Pestalozzi de Niterói foi fundada em 3 de dezembro de 1948, sob a inspiração da educadora russa Helena Antipoff. O senador observou que a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) do Brasil foi criada, há 54 anos, com o apoio da Pestalozzi de Niterói.

O senador assinalou que, além de prestar serviços às pessoas com deficiência mental nas áreas de educação, saúde, assistência social, trabalho, esporte, lazer e cultura, as 200 Pestalozzis distribuídas pelo país desempenham importante papel no apoio às famílias dessas pessoas, criando condições para que se posicionem frente às questões relacionadas ao seu familiar com deficiência.

- Como não mencionar a luta incansável dessas entidades para que essas pessoas tenham dignidade e, principalmente, para que as leis sejam cumpridas e garantam que os direitos das pessoas com deficiência estejam incluídos em todas as políticas públicas? Destaco também a incessante busca pela qualificação das pessoas com deficiência e dos profissionais que atuam nas Pestalozzi - assinalou.

Discursando em nome do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), que não pôde comparecer à sessão, o senador Paulo Duque (PMDB-RJ) classificou como "exemplar" o trabalho desenvolvido pela Pestalozzi de Niterói na prestação de serviços educacionais e na formação de recursos humanos especializados.

- E não teria como ser diferente, já que é um trabalho inspirado em figuras de perfil admirável - comentou.

Paulo Duque destacou a luta pela democratização do ensino mantida pelo educador e visionário Johann Heinrich Pestalozzi, o formulador da teoria dos três estados de desenvolvimento da espécie humana - o estado natural, o estado social e o estado moral. Ele disse que, num tempo em que o ensino era privilégio de um reduzido grupo de bem-nascidos, Pestalozzi fez de sua vida um sacerdócio em prol da educação para todos, especialmente os menos favorecidos.

- Os desafios com que o Brasil se defronta são gigantescos. Mas seriam ainda maiores se não tivéssemos milhares de instituições privadas a atuar, num trabalho quase de formiguinha, para atender às necessidades básicas de educação e saúde de nosso povo. Muitas vezes, diga-se de passagem, sem o devido reconhecimento - frisou.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) fez referência ao evento comemorativo dos 60 anos da instituição niteroiense, as Olimpíadas Especiais, que reuniu 350 atletas portadores de deficiência de 12 instituições do estado do Rio de Janeiro, realizado no último sábado (26), na praia de São Francisco. A competição teve provas esportivas nas modalidades de futebol, cabo de guerra (masculino e feminino), voleibol especial e atletismo.

- Dessa forma, através do esporte e da educação, os portadores de deficiência são cada vez mais integrados à sociedade, graças ao relevante trabalho dessa entidade, que merece o nosso aplauso e admiração, contribuindo para que todos tenham uma vida normal - afirmou.

A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) disse que a assistência prestada pela Pestalozzi, unindo saúde e educação, é uma forma de valorizar o ser humano. Ela afirmou que é preciso mostrar o que temos de bom para que sirva de exemplo às gerações futuras, pois o cotidiano retratado no jornais não é motivo de orgulho para os brasileiros.

- A Associação Pestalozzi atende a uma demanda de atenção multidisciplinar de pacientes de todas as idades, muitos deles sem condições mínimas até mesmo de pagar um tratamento adequado. Essas crianças, adolescentes e adultos que ali são atendidos conseguem sessões de fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional de uma forma humana, solidária e amorosa. Sempre é o respeito humano que impera, sendo sua filosofia maior de trabalho - acentuou.

O senador Romeu Tuma (PTB-SP) disse que a Associação Pestalozzi se destaca pela aplicação da filosofia de educação inclusiva, que educa crianças, profissionaliza jovens e forma técnicos de Enfermagem. Ele acrescentou que esse esforço educacional se dá através de vários programas, divididos de acordo com a necessidade específica. Os programas são direcionados às atividades psicomotoras, a autistas e psicóticos, a portadores de altas habilidades e à orientação infanto-juvenil.

- Não tenho dúvida que o grande legado da Associação Pestalozzi para a sociedade brasileira é a sua contribuição para a construção de ações cidadãs, de uma educação efetivamente inclusiva e eficiente, cuja missão é contribuir para a melhoria da qualidade de vida através de ações que valorizam o ser humano - afirmou.

O presidente da Subcomissão Permanente para Assuntos da Pessoa com Deficiência, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), disse que as entidades e organizações não-governamentais ligadas ao atendimento das pessoas com deficiência sempre encontraram apoio suprapartidário no Senado Federal, onde várias melhorias foram conquistadas. Ele assinalou, por exemplo, o trabalho desenvolvido pelo Senado para garantir a acessibilidade às pessoas com deficiência.

- É o momento de reconhecermos que muito já foi feito, mas que muito ainda precisa evoluir - observou.

O senador Mão Santa (PMDB-PI) lembrou que, quando foi presidente do Rotary Club, construiu uma escola da Apae no Piauí e, depois, quando governou o estado, ajudou a implantação da Associação Pestalozzi, contribuindo com a cessão de um prédio, equipamentos, alimentação, material didático, pagamento de professores e funcionários de apoio, além do pagamento das despesas de água, energia elétrica e telefone.

- É aquilo que está no livro de Deus: o bom é fazer o bem - concluiu.



29/05/2008

Agência Senado


Artigos Relacionados


Senadores comemoram 60 anos da Associação Pestalozzi de Niterói

Flávio Arns homenageia Pestalozzi de Niterói

Sessão de hoje começa com homenagem à Associação Pestalozzi de Niterói

Congresso da Fundação Pestalozzi divulga carta com diretrizes para uma sociedade inclusiva

Biblioteca pública de Niterói é reaberta após dois anos em obras

Senado comemora edição de cem milhões de Bíblias pela Sociedade Bíblica do Brasil