Congresso da Fundação Pestalozzi divulga carta com diretrizes para uma sociedade inclusiva



O 12º Congresso da Federação Nacional das Associações Pestalozzi, encerrado nesta quinta-feira (4), aprovou a Carta de Brasília - um documento com diretrizes do movimento pestalozziano para uma "sociedade inclusiva" e que será divulgado em todo o país junto às associações e entidades parceiras.

- A carta significa exatamente o que o movimento pestalozziano pensa para suas instituições e como parceira do poder público - explicou a presidente da federação, Gyselle Saddi Tannous

No documento, as associações Pestalozzi apontam a necessidade de um censo detalhado, com a quantificação real do número de brasileiros com deficiências, sejam físicas, funcionais ou intelectuais, para melhor elaboração de políticas públicas. Além disso, defendem o fortalecimento da parceria com os Poderes Legislativo, Executivo, Judiciário e com o Ministério Público. O documento também traz o apelo dos pestalozzianos por recursos específicos, no Orçamento da União, para ações voltadas a essa parcela da população, nas áreas de educação, saúde, acesso ao trabalho e cultura. Hoje, os montantes estão dissolvidos no orçamento.

- Temos 14,5% da população vivendo em situação de marginalidade, com dificuldade de efetivar direitos já garantidos constitucionalmente. Um dos motivos de buscar estreitar essa parceria com o Legislativo é especialmente a [possibilidade de] formulação de projetos e revisão de leis já existentes. Devemos procurar garantir na Lei Orçamentária que esse cidadão brasileiro, com deficiência, seja tão cidadão quanto os outros - disse.

Os pestalozzianos também defendem na carta a possibilidade de as pessoas com deficiência opinarem em resoluções que lhes digam respeito; de escolherem a instituição em que se matricularão, seja escola especial ou não, sem que sofram retaliações por isso; e o direito de as famílias receberem atenção e apoio psicológico.

Gyselle Tannous fez um balanço positivo do Congresso, ocorrido no Auditório Petrônio Portela, desde o último dia 2 e que debateu questões como autismo, práticas de inclusão, sexualidade e direitos reprodutivos para os deficientes. Participaram do evento 420 pessoas, de 20 estados brasileiros.

Idosos

A deficiência em idosos também foi tratada no congresso. Viviane Abreu, mestre em Gerontologia e Terapeuta Ocupacional e presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), proferiu a palestra "Qualidade de vida da pessoa idosa com deficiência no Brasil: perspectivas, avanços e papel institucional". Foram discutidos os déficits cognitivos apresentados pelos idosos, fatores que podem influenciar seu surgimento, as limitações que eles causam às pessoas e o que pode ser feito por seus familiares e cuidadores para amenizar os problemas.

Durante o encontro, o Grupo Folclórico Pestalozzi, de Belém do Pará, fez uma apresentação de carimbó. Também houve a premiação da Feira Técnico-Científica, com menções honrosas às entidades de Arapiraca (AL) e Campo Grande (MS), por seus trabalhos de "interdisciplinaridade".



04/09/2008

Agência Senado


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