Senado discute crise da aviação



Os principais dirigentes das companhias aéreas comerciais brasileiras deverão comparecer nesta terça-feira (dia 25) a reunião conjunta da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e da Subcomissão de Turismo do Senado para discutir a crise no setor, que se vem arrastando ao longo dos últimos anos, ganhando novos elementos agravantes a partir dos últimos atentados terroristas nos Estados Unidos, que envolveram aeronaves de passageiros. O atentado aprofundou também a crise vivida por diversas companhias aéreas internacionais, principalmente norte-americanas, que vêm sofrendo grave queda nas cotações das suas ações no mercado e redução na demanda do setor.

Deverão estar presentes à reunião conjunta, marcada para as 10 h, os presidentes da Transbrasil, Celso Cipriani; da Gol, Constantino de Oliveira; da TAM, Daniel Mandelle Martin; da VASP, Wagner Canhedo; e da Varig, Ozires Silva.

Segundo análise feita pelo Departamento da Aviação Civil (DAC), o setor aeroviário brasileiro conheceu várias crises desde que o governo liberou sua exploração à iniciativa privada, em 1927, inicialmente para apenas duas empresas estrangeiras.

Nas décadas de 40 e 50, surgiram mais de 20 empresas, todas elas concentradas nas rotas do litoral. O mercado brasileiro não comportava então tantas empresas, o que provocou uma série de falências e fusões entre várias companhias. A crise de mais grave proporções do setor, contudo, aconteceria na década de 60, provocada, basicamente, por uma concorrência excessiva e pela baixa rentabilidade. Isso levou o governo a promover a Conferência Nacional de Aviação Comercial (Conac), em 1961, e que se repetiu em 1963 e 1968, resultando na reorganização do setor e na criação de estímulos à fusão de empresas.

Para se ter uma idéia do estrangulamento vivido pelo setor, em 1958, 335 cidades brasileiras eram servidas por linhas aéreas. Em 1975, esse número havia caído para 92 cidades. No ano seguinte, o governo incentivou a criação de empresas regionais, dividindo o país em cinco macrorregiões e destinando cada uma delas a uma companhia. Assim, foram criadas a Nordeste (para atender à região Nordeste, parte do Espírito Santo e Minas Gerais); Rio - Sul (Sul, Rio de Janeiro, parte do Espírito Santo e São Paulo); TABA (Amazônia, Norte e Centro-Oeste); TAM (MS, parte de MT e parte de São Paulo); e VOTEC (TO, GO, DF, PA, MG e MT). Essa reforma tinha também como objetivo estimular o uso do avião Bandeirante, de fabricação nacional.

A partir de 1989, o governo deu início a uma política de flexibilização tarifária e em 1991 realizou a V Conac, que trouxe como resultado prático a liberação monitorada das tarifas aéreas domésticas.

24/09/2001

Agência Senado


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