Senado doa títulos em braile para entidades do Maranhão



Depois de passar cinco anos sentindo dor nos olhos e percebendo sua visão piorar gradativamente, Raimundo Isaac dos Santos - então com 19 anos de idade - enfim resolveu procurar assistência médica. Já era tarde: o problema na córnea era irreversível. Ele perdeu a visão. Hoje, aos 35 anos, Isaac preside a Associação dos Deficientes Visuais do Maranhão (Asdevima) - uma das entidades que receberam, na noite deste domingo (12), títulos da coleção em braile do Senado.

- Essa doação do Senado vai ser muito importante para nós, portadores de deficiência visual de São Luís. Agora passaremos a ter acesso a leis atualizadas. Isso é fundamental, não apenas para termos informações para garantirmos o cumprimento de nossos direitos, mas também para quem estiver interessado em se preparar para concursos - observou Raimundo Isaac.

O presidente da Asdevima - que esteve no estande do Senado para receber a doação acompanhado por sua esposa, Maria Felicidade Rodrigues de Aguiar - pediu que o Senado aprove uma legislação obrigando os fabricantes de tocadores de MP3 a sonorizarem com bips em tons diferente as diversas pastas existentes no equipamento, visando facilitar o manuseio por parte dos deficientes visuais.

Já o diretor-presidente da Escola de Cegos do Maranhão, Antonio Ferreira Rocha, informou que os livros doados pelo Senado passarão a integrar o acervo de cerca de 800 livros da instituição. Ele recebeu a Constituição de 1988, a Constituição do estado do Maranhão, o Código de Defesa do Consumidor, o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei de Acessibilidade da Pessoa com Deficiência.

O responsável pela entrega foi Carlyle Coutinho Madruga, membro do Conselho Editorial do Senado. Ele registrou que o Senado vem ampliando os investimentos na impressão e publicação de obras pelo sistema braile. Tal iniciativa - observou - propicia ao leitor portador de deficiência visual o direito de exercer plenamente a sua cidadania com dignidade.

- Este ato simboliza, também, a restituição a esse leitor especial do direito de acesso à leitura, fazendo com que ele participe, efetivamente, da magia que o livro oferece. O livro é parte integrante do ser humano e, com o ato da leitura, ninguém vive nas trevas, todos estão livres da dor da desigualdade, que não deve, nem pode gerar qualquer tipo de indiferença - afirmou Carlyle Madruga.

Roberto Homem / Da assessoria da Presidência



13/10/2008

Agência Senado


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