Senado entrega títulos em braile na Bienal de São Paulo



Mizael Conrado, campeão paraolímpico de Atenas e eleito duas vezes o melhor jogador de futebol de salão do mundo em sua modalidade, nasceu cego. Quando era criança, voltou a enxergar após quatro cirurgias. Mas, aos 9 anos, começou a perder a visão novamente. Aos 13, estava completamente cego. Amante do esporte, ele descobriu que poderia jogar futebol de salão quando aprendia braile no Instituto Padre Chico, em São Paulo.

O som dos guizos quando a bola rolava, a vibração da torcida e os gritos dos atletas despertaram a curiosidade de Mizael. Assim, ele descobriu que era possível realizar seu sonho. O Centro de Emancipação Social e Esportiva de Cegos (Cesec) foi o primeiro clube que defendeu. Anos depois, tornou-se presidente daquela instituição. O Cesec é uma das entidades que receberão nesta sexta-feira (22), às 18h, a coleção em braile do Senado Federal.

O kit que o senador Romeu Tuma (PTB-SP) entregará no estande do Senado instalado na 20ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo contém exemplares da Constituição do estado de São Paulo, da Lei de Doação de Órgãos, do Estatuto da Criança e do Adolescente e do Código de Defesa do Consumidor.

Além do Cesec, serão beneficiados com a doação a Associação dos Deficientes Visuais e Amigos (Adeva) e o Centro de Apoio ao Deficiente Visual (Cadevi).

O Cesec foi criado em 1986, a partir da união de ex-alunos do Instituto Padre Chico e defensores da luta em defesa dos portadores de deficiência. Com o passar dos anos, transformou-se em uma das principais entidades esportivas de cegos do Brasil. Já a Adeva trabalha desde 1978 com a capacitação de pessoas com deficiência visual, visando sua inclusão no mercado de trabalho. Os principais cursos oferecidos pela entidade são das áreas de informática, telemarketing e vendas.

O Cadevi, fundado em 1984, tem o objetivo de congregar e promover a integração e a reintegração social de portadores de deficiência visual por meio de atividades nas áreas social, esportiva, educacional e cultural. Um dos serviços oferecidos é o projeto CIC-Cadevi, que disponibiliza informações e recursos para que os cegos possam utilizar-se da informática. A entidade dispõe de um laboratório com equipamentos e sistemas desenvolvidos ou adaptados para pessoas que não enxergam.

Roberto Homem - Assessoria da Presidência



21/08/2008

Agência Senado


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