Senado faz sessão especial em homenagem aos 60 anos de criação do Estado de Israel



O Senado realiza sessão especial, nesta quarta-feira (14), às 10h, para homenagear os 60 anos de criação do Estado de Israel, que ocorreu no dia 14 de maio de 1948. O requerimento para a realização da sessão é encabeçado pelo senador Adelmir Santana (DEM-DF), que diz ser a homenagem uma justa manifestação de apreço ao Estado de Israel e a seu povo, "berço de uma civilização com inegáveis contribuições à humanidade, como cultura, ciência, medicina, filosofia, tecnologia e religião".

Para o senador, a criação do Estado de Israel foi um caso isolado e único no mundo do pós-guerra. A Segunda Guerra Mundial alterou a geografia política do planeta, com a união entre diversos países e a separação de outros. Assim, Israel foi criado a partir de uma nação dispersa pelo mundo após cerca de dois mil anos, que renasceu devido à decisão dos demais países da comunidade internacional, reunidos na Organização das Nações Unidas (ONU) em 29 de novembro de 1947.

Localizado ao longo da costa oriental do Mar Mediterrâneo e limitando-se com o Líbano, a Síria, a Jordânia e o Egito, no Oriente Médio, o Estado de Israel (cuja capital e sede de governo é Jerusalém e a capital reconhecida internacionalmente é Tel Aviv) é dividido em seis distritos e funciona como uma república parlamentarista. Sua população é de 7,116 milhões, segundo dados de 2006 divulgados pelo Ministério de Assuntos Exteriores israelense, sendo a maioria constituída por judeus (75,8%), vindo em seguida os de religião muçulmana (16,5%), os cristãos (2,1%) e os cristãos árabes (1,7%).

Com 20.770 quilômetros quadrados (excluindo os territórios ocupados), Israel teve, em 2007, um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 132,5 bilhões e renda per capita anual de US$ 28,8 mil. O índice de alfabetização do país é de 91,1% e a população que vive abaixo da linha da pobreza, conforme registros de 2005, é de 21,6%. A inflação foi de 0,4% em 2007 e o desemprego ficou em 7,6% no mesmo ano. As importações foram de US$ 52,8 bilhões e as exportações, de US$ 48,6 bilhões no mesmo período.

Em mensagem saudando os 60 anos de criação do país, o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, disse que, mesmo com tantas conquistas, o país ainda tem muito a realizar, particularmente nas negociações de paz com os vizinhos árabes e na garantia de uma sociedade mais justa e igualitária. Para o historiador e escritor brasileiro Antonio Carlos Olivieri, compreender a questão geopolítica do Oriente Médio "exige uma visão ampla da história da região e passa necessariamente pelo conhecimento da fundação do Estado de Israel".

A história dessa região, de acordo com Olivieri, é muito mais longa e se confunde com a do povo judeu e de seus antepassados, os hebreus. Pode-se aceitar que ela tenha começado com os patriarcas bíblicos, como Abraão, seu filho Isaac e seu neto Jacó, a quem, segundo o Gênesis (primeiro livro da Bíblia), Deus chamou de Israel. Por se tratar de um local que constitui uma ponte natural entre a Ásia, a África e a Europa, a região sempre foi disputada e, da Antigüidade até meados do século 20, ali se impuseram os grandes impérios: egípcios, assírios, babilônios, persas, gregos, romanos, bizantinos, árabes, turcos e ingleses.

Todas as invasões ao local resultaram na dispersão dos judeus pelo mundo, em especial a partir do ano 70 Depois de Cristo, quando esse povo promoveu uma grande rebelião contra o domínio romano. As legiões de Roma reprimiram duramente a revolta e incendiaram o templo de Jerusalém, um símbolo da unidade política e religiosa hebraica. Somente uma parte do muro exterior continua de pé até hoje, constituindo um grande monumento religioso do judaísmo.

Em meados do século 19, a maior parte dos judeus se encontrava nos países da Europa oriental, como a Polônia, a Lituânia, a Hungria e a Rússia. Nessa época, a antiga Israel era uma província do Império turco, denominada Palestina. Ao mesmo tempo, uma onda de nacionalismo atingia a Europa com a unificação da Itália e da Alemanha. A Segunda Guerra Mundial gerou nova reviravolta no Oriente Médio. Fascistas italianos e nazistas alemães apoiaram os árabes com armas e dinheiro para combater ingleses e judeus e esses, apesar da posição hostil da Inglaterra, aliaram-se a ela para combater o inimigo comum, conforme conta o historiador.

Já no dia seguinte à independência, os árabes se uniram para atacar Israel, segundo Olivieri. Os judeus resistiram e venceram seus adversários e, nessa guerra, conquistaram 78% do antigo território palestino (22% a mais do que previa o plano de partilha da ONU para alojar a população árabe). Em 1949, firmou-se um primeiro acordo de paz entre os árabes e o Estado de Israel, já reconhecido pela comunidade internacional, inclusive o Brasil.

- Infelizmente, a paz e a convivência harmoniosa entre os povos da região não teve continuidade até hoje, assim como o Estado Palestino ainda não conseguiu ser efetivamente criado. De meados do século 20 até o início do século 21, a história de Israel e do Oriente Médio é marcada por tantos problemas e conflitos que constitui uma nova epopéia, quase tão longa quanto a dos cinco mil anos anteriores - lamentou o historiador.



12/05/2008

Agência Senado


Artigos Relacionados


Termina sessão especial em homenagem aos 60 anos do Estado de Israel

Começa sessão de homenagem aos 60 anos do Estado de Israel

Senado comemora 60 anos da criação do Estado de Israel

SENADO HOMENAGEIA OS 50 ANOS DA CRIAÇÃO DE ISRAEL

Papaléo requer sessão especial em homenagem aos 20 anos do Amapá

Sarney quer sessão especial de homenagem aos 180 anos do Legislativo