Senado homenageia Pedro Teixeira, desbravador da Amazônia



370 anos após a conquista da Amazônia pelo desbravador português Pedro Teixeira, o Senado Federal reverenciou, nesta quinta-feira (10), a memória deste bandeirante que liderou uma expedição pelos rios Amazonas e Negro, entre os anos 1637 e 1639, e alcançou o feito de incorporar cinco milhões de quilômetros quadrados ao território brasileiro. O autor da sessão especial de homenagem foi o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), que ressaltou o papel "preponderante" exercido por Pedro Teixeira junto à Coroa Portuguesa na preservação da integridade territorial de sua então colônia na América.

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"Os objetivos desse monumental esforço de exploração foram tomar posse das terras em nome do rei de Portugal e estabelecer Belém (ponto final da expedição) como rota de escoamento das mercadorias que saíam do Peru para a Espanha pelo Pacífico", explicou Mercadante.

Segundo o senador por São Paulo, essa sessão de homenagem apenas inicia o processo de resgate dos feitos do explorador, sertanista e militar português, que chegou ao Brasil em 1607, aos 37 anos, e comandou uma expedição por mais de10 mil quilômetros com 47 grandes canoas, 70 soldados e 1,2 mil índios flecheiros. Mercadante vai apresentar projetos de lei para inscrição do nome de Pedro Teixeira no Livro dos Heróis da Pátria e para a inclusão de sua epopéia nos livros didáticos.

Prêmio

A trajetória de Pedro Teixeira, natural de Catanhede, cidade portuguesa do distrito de Coimbra, foi saudada por mais 12 senadores. Ao abrir a sessão, o primeiro vice-presidente do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO), assinalou a importância de se celebrar a colonização da Amazônia, "sem a qual esse riquíssimo e vastíssimo território não pertenceria ao Brasil". O primeiro senador "amazônida" a falar foi Jefferson Praia (PDT-AM), para quem "Pedro Teixeira foi um desbravador extremamente corajoso e serve de exemplo para se enfrentar o desafio atual de manter a região conservada e com boa qualidade de vida para os 25 milhões de brasileiros que vivem lá".

A exemplo da maioria dos brasileiros, os senadores Sérgio Zambiasi (PTB-RS) e Wellington Salgado (PMDB-MG) admitiram desconhecer o desbravador português. Enquanto Zambiasi defendeu a publicação de sua saga pela gráfica do Senado, Wellington Salgado chamou atenção para a atuação política de Pedro Teixeira, que tomou posse de terras da colônia em nome do rei de Portugal.

Os senadores Augusto Botelho (PT-RR) - parlamentar que tinha mais conhecimento sobre o militar português, segundo Mercadante - e Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) fizeram um discurso conjunto onde ressaltaram a importância de se cultuar os feitos do colonizador, mas, ao mesmo tempo, clamar pelos interesses dos colonizados.

Como velejador, o senador Roberto Cavalcanti (PRB-PB) avaliou a expedição de Pedro Teixeira na Amazônia como "uma aventura digna de grandes exploradores da história da humanidade", comparando-o ao navegador brasileiro Amir Klink. Já os senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Romeu Tuma (PTB-SP) procuraram homenagear também as Forças Armadas, aproveitando para cobrar maior suporte governamental aos serviços de assistência e segurança prestados em regiões longínquas do país.

Os senadores Sadi Cassol (PT-TO), Gilvam Borges (PMDB-AP) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA) relembraram detalhes da façanha realizada por Pedro Teixeira, descrita no livro Novo Descobrimento do Grande Rio Amazonas, editado em 1641. Mercadante também fez questão de elogiar a decisão da Vivo de instalar a Estação de Rádio Base Pedro Teixeira, no município de Belterra (PA), para viabilizar o acesso à internet com banda larga móvel, e a Portugal Telecom pela organização do Prêmio Pedro Teixeira, voltado a estudantes de 12 a 18 anos de Portugal e do Brasil.

Participaram ainda da sessão especial do Senado o governador de Roraima, José Anchieta Júnior; executivos das duas companhias telefônicas; representantes dos comandos das Forças Armadas; o presidente da Câmara Municipal de Catanhede, João Pais de Moura, entre outras autoridades.

Simone Franco / Helena Daltro Pontual/ Agência Senado 



10/12/2009

Agência Senado


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