SENADO HOMENAGEIA ANÍSIO TEIXEIRA



Por requerimento do senador Antonio Carlos Magalhães, o Senado homenageou, nessa terça-feira (27), o centenário daquele que é considerado o pioneiro no Brasil da educação em tempo integral: o professor baiano Anísio Teixeira. A solenidade foi prestigiada pelo ministro da Saúde, José Serra, e por familiares e amigos do educador.
Ao discursar na homenagem, o senador Artur da Távola (PSDB-RJ) lembrou a luta de Anísio pelos ideais republicanos e democráticos, sua convicção de que a educação seria o grande elemento para transformar a sociedade, criando uma verdadeira soberania popular. Por isso, ele atribuía maior importância ao ensino primário do que às universidades, explicou o senador.
Segundo Távola, Anísio acreditava que a escola não deveria ser um simples prédio onde se acumulavam crianças, mas sobretudo um lugar para se pensar com grandeza, capaz de criar o homem inteligente e apto para compreender o mundo e a sociedade. "A revolução não se faz com o socialismo, mas através da democracia", disse o senador, citando Anísio Teixeira.
Távola afirmou que o educador amava o debate e discutia até com quem concordava com ele, gostando de dizer: "Você está concordando comigo, mas pelo lado errado", lembrou. Para Távola, Anísio era um livre pensador em tempos de pensamento rígido, sempre em conflito entre as suas verdades e as respostas que recebia da vida real.
O senador citou como as maiores contribuições de Anísio Teixeira à educação brasileira, sua ênfase na pesquisa como parte da educação, na importância da existência de bibliotecas nas escolas e numa escola engajada na sociedade. "Grande defensor da ciência e tecnologia, afirmava que, se o Brasil não se entrosasse na busca tecnológica, iria ficar para trás. Foi profético, porque foi exatamente isso que aconteceu", concluiu Artur da Távola.
Em aparte, o senador Bernardo Cabral (PFL-AM) afirmou não haver setor da educação no Brasil que não tenha recebido boas influências de Anísio Teixeira. Também em aparte, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) disse que o Brasil seria hoje uma potência mundial se, na época, tivesse seguido as idéias do educador.

27/06/2000

Agência Senado


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