Senado ouve nesta quarta Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel que denuncia fracassos do FMI



As comissões de Relações Exteriores (CRE) e de Assuntos Econômicos (CAE) reúnem-se nesta quarta-feira (27), às 14h15, para ouvir e debater com o economista Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia de 2001, ex-chefe do Conselho de Consultores do governo Bill Clinton, ex-vice-presidente do Banco Mundial e professor da Universidade de Colúmbia (EUA). Ele se tornou mais conhecido nos últimos anos por suas críticas à atuação do Fundo Monetário Internacional (FMI) nas crises de países emergentes no final dos anos 90.

As reuniões serão dirigidas pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), presidente da CRE, e terão a presença do senador Ramez Tebet (PMDB-MS), presidente da CAE. Acompanharão o professor Stiglitz os economistas Albert Fishlow, diretor do Instituto de Estudos Latino-Americanos e do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Colúmbia, e Giovanni Dosi, professor da Escola de Estudos Avançados Sant"Anna, em Pisa, Itália.

- Joseph Stiglitz é uma das pessoas que mais têm se destacado como pensador independente e crítico das políticas econômicas recomendadas aos países em desenvolvimento por instituições como o FMI e o Banco Mundial - observa Eduardo Suplicy.

O senador lembra que, no livro A Globalização e seus Malefícios, Stiglitz relata o contraste que sentiu ao deixar o governo Clinton e ocupar a vice-presidência do Banco Mundial.

- Ele sentiu que não havia espaço para economistas que estivessem alertando para os efeitos das medidas que pudessem causar a recessão, o aprofundamento da pobreza, a piora da distribuição de renda - disse o senador.

O economista tem feito críticas severas à falta de cuidados e de providência do FMI e do Banco Mundial quando apresentaram suas receitas de política monetária aos países que enfrentaram crises nos últimos anos. No mesmo livro, de acordo com Eduardo Suplicy, Stiglitz afirma que um dos erros do FMI foi a imposição de uma -liberalização prematura- do mercado de capitais, o que contribuiu para a instabilidade global. Em um dos trechos, o professor de Colúmbia sustenta que -o FMI não só fracassou na sua missão original de promover a estabilidade global, mas também não teve êxito nas missões que tomou a cargo, como a de orientar a transição dos países do comunismo para a economia de mercado-.

A palestra e o debate com os senadores serão realizados na sala 2 da Ala Nilo Coelho, do Senado. A TV Senado fará gravação, apresentando depois a reunião das duas comissões.



26/08/2003

Agência Senado


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