Senado presta homenagem à entidade que congrega jovens empreendedores



O Senado Federal homenageou, nesta terça-feira (25), a Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje) por seus dez anos de atuação. Criada em 1998 e constituída formalmente em 2000, a entidade busca estimular jovens empreendedores.

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- O Conselho Nacional dos Jovens Empresários é uma dessas instituições que atua de forma decisiva e incisiva na construção do Brasil moderno, do Brasil futuro, que tanto sonhamos, almejamos e pelo qual lutamos - afirmou o senador Marconi Perillo (PSDB-GO), autor do requerimento de homenagem.

A Conaje, explicou Perillo, procura ensinar e promover o empreendedorismo como paradigma da geração de renda no contexto globalizado. Ele salientou que nesses tempos de crise mundial a participação dos jovens empreendedores "é de grande significado para o país".

A entidade, presidida por Marcelo Azevedo dos Santos, tem procurado diversificar sua atuação, disse Perillo, fortalecendo as comissões temáticas, grupos que analisam assuntos como crédito, responsabilidade socioambiental, ciência, desenvolvimento, pesquisa, inovação e novas tecnologias. A Conaje incentiva ainda a comunicação entre os jovens empresários de todo o país, em um "ambiente de inter-relação e troca de experiências".

O senador Adelmir Santana (DEM-DF) destacou a capacidade empreendedora do brasileiro e lembrou que o Brasil foi classificado em sétimo lugar entre 34 países pesquisados pelo Instituto de Filosofia Global no ano de 2004. De cada cem brasileiros, 13 são empreendedores, ou seja, o país tem cerca de 28 milhões de empreendedores, ressaltou.

Valdir Raupp (PMDB-RO) afirmou que a diferença entre a pobreza e a riqueza de uma nação está relacionada à disposição de seus cidadãos para assumir o risco associado à aventura de abrir seus próprios negócios, de enfrentar as incertezas do mercado.

O senador Heráclito Fortes (DEM-PI), por sua vez, instou os jovens empreendedores a melhorarem as representações políticas dos seus estados. Na visão do senador, fazer política também é "empreender, acreditando no país e na melhoria do seu destino, procurar caminho para diminuir os desníveis sociais"

Impostos

A maioria dos parlamentares que se pronunciaram não deixou de manifestar suas críticas à alta carga tributária brasileira e seus efeitos negativos sobre o empreendedorismo e o desenvolvimento. Os parlamentares enfatizaram a necessidade de realização da reforma tributária.

O senador Mão Santa (PMDB-PI) professou sua fé no poder do trabalho e criticou o que considera uma excessiva carga tributária imputada aos trabalhadores. Ele citou dados do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) indicando que a classe média trabalha 274 dias para pagar tributos e impostos e para adquirir serviços privados como médicos e escolas e que o povo está "exaurido" disso.

O Feirão do Imposto, coordenado por entidades representativas do comércio em todo o país, incluindo a Conaje, que pretende demonstrar à população a quantia de impostos pagos em produtos consumidos, foi elogiado pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA). Ele salientou a importância de o Parlamento fazer a reforma tributária, diminuindo a carga e aumentando a competitividade dos produtos brasileiros.

Por sua vez, o senador Raimundo Colombo (DEM-SC) afirmou que o Brasil precisa urgentemente de medidas que ampliem as possibilidades de novos empreendimentos. Para isso, em sua opinião, é essencial "regras claras e consolidadas, certeza da garantia da propriedade, legislação simplificada para abrir e fechar empresas e regras trabalhistas que estimulem a contratação de pessoal nas mais diversas modalidades".

Já o senador Neuto de Conto (PMDB-SC) assinalou a capacidade da juventude para a inovação, lembrando que as grandes revoluções industriais foram estimuladas por idéias dos jovens. Defendeu a realização da reforma tributária, dificultada atualmente, segundo ele, porque "todos querem ganhar, ninguém quer perder, seja o governo dos estados, dos municípios, a União ou as empresas". O parlamentar também mencionou a crise financeira internacional, que, a seu ver, foi criada para quem não trabalhava, para o especulador, para quem queria ter muito rendimento sem trabalhar.

Capitalismo e socialismo

A discussão a respeito da crise financeira culminou com um debate sobre a vigência do modelo capitalista na economia mundial. O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) citou a batalha entre os que querem um projeto sustentável de desenvolvimento nacional e os que acreditam na idéia de deixar a atividade de desenhar um projeto de país exclusivamente com as forças do mercado, considerado "a salvação de tudo".

- Agora, que a crise atinge os Estados Unidos, centro do capitalismo, o Estado é chamado a proteger o sistema e passa a ter uma grande importância, passa a ter um grande papel - disse Arruda.

Em seguida, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) afirmou que "várias tentativas foram feitas, ao longo dos séculos, para substituir a liberdade de empreender, a iniciativa, a motivação, a vontade de criar, a vontade de trabalhar, a vontade de vencer pelo planejamento do Estado, e nunca se conseguiu algo que chegasse perto de ser tão bem-sucedido quanto o modelo baseado na iniciativa da Humanidade para empreender e na vontade de vencer e de mudar".

- Acredito que essa crise que vivemos, ao contrário de ser uma condenação a essa perspectiva, a essa maneira de ver a vida, é um momento de grandes oportunidades, para rever, com maior consciência, com maior abrangência, com maior atualização, nos dias de hoje, a iniciativa, colocando-a sempre como grande motora das grandes inovações e das grandes mudanças - declarou.

Arthur Virgílio (PSDB-AM) destacou a capacidade de o capitalismo se reciclar, de sobreviver após diversas crises como esta, que aparecem a cada 50 ou 60 anos. Ele disse que esta, como as anteriores, está sendo enfrentada e "vai ser vencida de novo". O senador defendeu ainda investimentos em educação como bandeira primordial para a verdadeira distribuição de riquezas, o que é "muito mais forte do que qualquer perspectiva de política social compensatória".



25/11/2008

Agência Senado


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