Senado se despede de Jorge Amado, "o contador de histórias da Bahia"
Antonio Carlos Júnior (PFL-BA), o primeiro signatário do requerimento de pesar e o primeiro a discursar, afirmou que os brasileiros perderam "o maior contador de histórias da Bahia, o maior que o Brasil conheceu". Lembrou que seus livros venderam, só no Brasil, 20 milhões de exemplares, e suas obras foram publicadas em mais de 60 países, com tradução para mais de 40 idiomas.
- O Jorge Amado conhecido de todos é o Jorge contador de histórias. O Jorge sensual de Gabriela, de Tieta, de Esmeralda, de Dona Flor, de Tereza. Das tramas bem urdidas que, com malícia e talento, criaram um universo paralelo do cotidiano, influenciado pela realidade e a ela influenciando - observou Antonio Carlos Júnior.
O senador lembrou que, além de escritor reconhecido, Jorge Amado foi combativo deputado constituinte em 1946, à época filiado ao Partido Comunista. "Ele foi o deputado federal que, comunista, lutou pela liberdade religiosa. Perseguido, cassado, preso, exilado, jamais abdicou de sua crença; jamais deixou de amar e ser amado por sua terra; de demonstrar esse amor a cada passo de sua trajetória".
Ainda sobre as atividades políticas do escritor, Antonio Carlos Júnior destacou que Amado lutou contra a censura política e biografou Luiz Carlos Prestes, o "Cavaleiro da Esperança", líder comunista. O senador revelou que guarda em seu gabinete uma carta que Jorge Amado enviou a seu pai, o ex-senador Antonio Carlos Magalhães, onde o escritor fala da amizade entre os dois.
07/08/2001
Agência Senado
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