Senado votará quinta-feira diploma Bertha Lutz



O Senado votará na próxima quinta-feira (dia 15) a instituição do diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz. A idéia é agraciar anualmente cinco mulheres que tenham contribuído de forma relevante para a defesa dos direitos de gênero. O diploma será conferido a cada ano pelo Senado em sessão convocada especialmente para esse fim no Dia Internacional da Mulher - 8 de março.

As indicações das candidatas, acompanhadas dos currículos, deverão ser enviadas até o dia 1ª de novembro do ano anterior à Mesa Diretora do Senado por entidades, governamentais ou não, que realizem atividades relacionadas à promoção e valorização da mulher. Será instituído no Senado, de acordo com o projeto, o Conselho do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz, composto por um representante de cada partido político com assento no Senado, para apreciar as indicações.

Bertha Lutz

Bertha Maria Júlia Lutz nasceu em 1894, em São Paulo. Filha do médico Adolfo Lutz e da enfermeira inglesa Amy Fowler, graduou-se em Botânica, Ciências Naturais, Zoologia, Embriologia, Química e Biologia pela Universidade de Sorbonne, na França. De volta ao Brasil, em 1918, desenvolveu intenso trabalho em prol das teses feministas e, ao ser aprovada em concurso, tornou-se a segunda mulher a ingressar no serviço público brasileiro. No ano seguinte, fundou a Liga para Emancipação Intelectual da Mulher, assumiu a liderança do movimento a favor do voto feminino no Brasil e acompanhou a luta pela causa em todo o mundo.

Bertha Lutz ocupou cargos em associações internacionais pró-direitos femininos, como a Liga das Mulheres Eleitoras, nos Estados Unidos. A primeira vitória incontestável do movimento no Brasil foi a admissão de meninas no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. A militante acompanhou a aprovação do voto feminino no Rio Grande do Norte, em 1928. A Federação Brasileira para o Progresso Feminino, que substituiu a Liga, conseguiu inserir na nova Constituição, feita no decorrer da revolução de 1930, o direito da mulher ao voto, efetivamente conquistado em 1932.

Naquele mesmo ano, Bertha Lutz criou a Liga Eleitoral Independente e no pleito eleitoral de 1934 conseguiu a suplência para uma vaga na Câmara dos Deputados. Em 1936, Bertha assumiu a cadeira na Câmara, onde lutou para mudar a legislação referente ao trabalho da mulher e do menor, além de propor igualdade salarial, redução da jornada e licença de três meses, com vencimentos, para gestantes. Em 1937, foram dissolvidos os órgãos legislativos e Bertha assumiu a chefia do setor de botânica do Museu Nacional, onde trabalhou até a aposentadoria compulsória, em 1964.

Em 1975, Ano Internacional da Mulher, Bertha integrou a delegação brasileira à Conferência Mundial da Mulher, promovida pela Organização das Nações Unidas no México. Foi ainda autora de diversas publicações, como A nacionalidade da mulher casada e O Trabalho Feminino.

Bertha Lutz participou de inúmeras instituições nacionais e internacionais de defesa dos direitos da mulher, até o fim da vida. Em 1976, aos 82 anos, solteira, morreu sozinha, em um asilo particular, vítima de pneumonia aguda.

12/03/2001

Agência Senado


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