SENADOR É CONTRA A CISÃO DA ELETRONORTE



A cisão da Eletronorte provocará uma desestruturação de todo o setor elétrico da região amazônica, com degradação dos parques térmicos dos estados do Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima e Amapá, alertou nesta quinta-feira (dia 20) o senador Gilvam Borges (PMDB-AP). Ele prevê que o "esfacelamento" da empresa trará problemas técnicos graves para a região, como blecautes e falhas de fornecimento de energia."Em vez de fatiar a Eletronorte, vender a parte boa e manter a parte deficitária, o governo deveria se preocupar em consolidar e até expandir a empresa", disse Gilvam Borges, ao considerar um erro da política governamental para a Amazônia a tentativa de cisão da Eletronorte.Ele explicou que o Programa Nacional de Desestatização, "como é formalmente conhecido o voraz projeto de dilapidação do patrimônio público nacional", quer dividir a Eletronorte em seis companhias distintas, "transformando-as em monopólios privados sem qualquer compromisso com o atendimento às regiões e populações menos favorecidas".Para o senador, a cisão pretendida tem o objetivo de separar a parte lucrativa da Eletronorte, a geração de energia pela hidrelétrica de Tucuruí, da área de transmissão e das centrais termelétricas do Amazonas, Roraima, Rondônia, Acre e Amapá, todas deficitárias e não atrativas aos investidores privados."Os lucros de Tucuruí irão para os empresários privados e os prejuízos das outras áreas cindidas irão para o governo, já que não haverá interessados na aquisição das partes deficitárias do sistema", garantiu o senador alertando que, com a cisão, a região amazônica corre o risco de não se expandir industrialmente além de ter o índice de desemprego aumentado.

20/05/1999

Agência Senado


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