SENADOR PEDE DEFINIÇÃO DA POLÍTICA NUCLEAR BRASILEIRA



O senador Arlindo Porto (PTB-MG) disse nesta sexta-feira (dia 25) que a política nuclear brasileira passa por séria indefinição, com reflexos negativos na área da pesquisa e no próprio desenvolvimento do programa nuclear. Para o senador, é necessário que o governo e o Congresso Nacional tomem providências no sentido de reverter o atual quadro, considerado por ele como grave, principalmente na área da pesquisa.Como exemplo, Arlindo Porto, que falou pela liderança do PTB, citou o caso do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), instituto de pesquisa da Comissão Nacional de Energia Nuclear. Segundo ele, esse centro, um dos responsáveis pela transferência de tecnologia nuclear para o país, dentro do acordo Brasil-Alemanha, está com o seu funcionamento ameaçado.- O CDTN já contou com 700 funcionários. Hoje são apenas 450, número que pode ser ainda mais reduzido pela incerteza quanto ao regime de aposentadoria e a falta de estímulos, entre os quais melhores salários e recursos para a manutenção das pesquisas - disse o senador, acrescentando que a atual situação pode acelerar aposentadorias e demissões, desfalcando ainda mais um quadro técnico imprescindível ao desenvolvimento brasileiro.Arlindo Porto acredita que é necessário dar aos pesquisadores e técnicos da área nuclear um tratamento adequado e justo, ao lado de uma firme política nuclear de médio e longo prazos. "O país não pode ficar sem pesquisa nuclear, e sem desenvolver equipamentos, materiais e processos. Não podemos perder mais mercados no presente e deixar de ganhar novos mercados no futuro pela falta de providências relativamente simples e não excessivamente onerosas", concluiu.

25/06/1999

Agência Senado


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