SENADORES APÓIAM TRANSPOSIÇÃO DE ÁGUAS DO SÃO FRANCISCO



O senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) defendeu a transposição de águas do Rio São Francisco, observando que o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, vem elaborando o projeto sobre essa matéria com transparência, discutindo-o de maneira exaustiva e levando em conta as questões ambientais. Alcântara disse que os parlamentares da Bahia devem examinar o assunto de maneira técnica, sem emocionalismos, para ajudar os outros estados.

- Não queremos fazer a pilhagem do São Francisco, queremos algo com consistência técnica, econômica e social. Os estados não têm outra alternativa - afirmou Alcântara, durante audiência pública com Fernando Bezerra na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização.

Como Alcântara, a senadora Marluce Pinto (PMDB-RR), que é natural do Ceará, manifestou apoio irrestrito ao projeto do ministro, que é senador licenciado pelo PMDB. Ela disse ter certeza que a Comissão de Orçamento conseguirá repor os R$ 30 milhões necessários para a implantação do projeto em 2001.

Pelo alcance social, o senador Leomar Quintanilha (PPB-TO) considera o projeto mais significativo em análise pela comissão, para mitigar o problema da falta de água no Nordeste, além da despoluição e revitalização do Rio São Francisco. Ele destacou que a bacia do Rio Tocantins se oferece como doador de águas para o projeto.

Os deputados Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), Armando Abílio (PMDB-PB), Ricardo Barros (PPB-PR), Sérgio Guerra (PSDB-PE), Wilson Braga (PFL-PB), João Caldas (PL-AL), Jorge Alberto (PMDB-SE), Marcondes Gadelha (PFL-PB), Damião Feliciano (PMDB-PB), Betinho Rosado (PFL-RN), Paulo Mourão (PSDB-TO), Domiciano Cabral (PMDB-PB) e Gonzaga Patriota (PSB-PE) também destacaram os efeitos positivos e o impacto social que a transposição pode ter para a região.

O deputado Pedro Novais (PMDB-MA) questionou a possibilidade de o ministério gastar soma tão elevada de recursos no primeiro ano. Bezerra esclareceu que apesar de o processo de licitação ainda não ter sido iniciado, um grupo de engenharia do governo pode assumir algumas obras até a escolha da empresa que irá estruturar o projeto.

Para o deputado Virgílio Guimarães (PT-MG), a obra é polêmica e o país precisa recuperar e proteger o São Francisco. "O Brasil vive de grandes obras com muitos recursos não de grandes soluções", ponderou. Em resposta, Bezerra afirmou que a revitalização do rio é a "prioridade zero".

- Não podemos pensar em levar água para outras regiões se o rio não tem água. Se projeto não tivesse nenhum mérito, teria o mérito de trazer para a agenda nacional a necessidade de revitalização do rio - afirmou Bezerra, ao esclarecer que, dos R$ 300 milhões constantes da proposta original, R$ 50 milhões seriam destinados para a revitalização do rio.

Os deputados João Leão (PSDB-BA) e Clementino Coelho (PPS-PE) questionaram a viabilidade econômica e a concepção da obra. Coelho ressaltou que, nos últimos 10 anos, nenhum projeto recebeu mais que R$ 150 milhões do orçamento.

20/12/2000

Agência Senado


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