Senadores continuam debate sobre sessão secreta e absolvição de Renan



Um dia depois da sessão secreta em que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi absolvido da acusação de ter quebrado o decoro parlamentar, o resultado dessa votação e a forma como ela se deu (por voto secreto) foram os principais temas do debate em Plenário nesta quinta-feira (13).

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Onze senadores ocuparam a tribuna para falar sobre o tema e outros se manifestaram em aparte aos colegas. Da tribuna, falaram Gerson Camata (PMDB-ES), Eduardo Suplicy (PT-SP), César Borges (DEM-BA), Mário Couto (PSDB-PA), José Nery (PSOL-PA), Cristovam Buarque (PDT-DF), Pedro Simon (PMDB-RS), Delcídio Amaral (PT-MS), Almeida Lima (PMDB-SE), José Agripino (DEM-RN) e Paulo Paim (PT-RS).

Renan chegou a presidir a sessão por alguns minutos, tendo entrado no Plenário quando o senador Cristovam Buarque discursava recomendando sua renúncia do cargo de presidente do Senado.

- A democracia é bela porque permite momentos como este - respondeu Renan Calheiros.

O senador Gerson Camata chegou a sugerir a criação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar as acusações que pesam sobre Renan Calheiros. Ele afirmou que essa seria uma forma de realizar uma investigação ampla - sem a qual o Senado, em sua opinião, continuará exposto à "execração pública".

Pedro Simon (PMDB-RS), por sua vez, disse que os senadores não souberam corresponder à expectativa popular e dar a resposta que a opinião pública esperava. Já Almeida Lima (PMDB-SE), disse que o Senado saiu fortalecido depois da absolvição de Renan, ocorrida, frisou, de forma democrática.

Os senadores José Nery (PSOL-PA) e José Agripino (DEM-RN) anunciaram que a oposição pretende obstruir as votações, "de forma seletiva", enquanto não estiverem resolvidas as pendências de Renan Calheiros no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

- Entendemos que só poderemos retomar o curso normal das votações quando a Casa tiver paz, tranqüilidade e, sobretudo, quando, pelo voto dos seus membros, se reconciliar com a maioria do povo brasileiro que não suporta a impunidade - afirmou José Nery.

Os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP) e Delcídio Amaral (PT-MS) defenderam o fim das sessões secretas nos casos das votações sobre perda de mandato - tema do projeto de resolução (PRS 55/07) apresentado por eles conjuntamente no começo da semana.

- Para mim, com o pouco de vivência que tenho, era simplesmente inacreditável um Parlamento fazer uma sessão a que ninguém poderia ter acesso. A população não poderia ouvir o que estava sendo aqui debatido - lamentou.

A suspeita de que Renan Calheiros teria tido parte de suas despesas pessoais pagas por um lobista foi o que motivou o pedido de perda de mandato, sugerido pelos relatores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS), encampado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar por 11 votos a 4, mas derrubado pelo Plenário, onde

40 senadores votaram pela sua absolvição, 35 votaram pela perda de mandato e 6 se abstiveram.



13/09/2007

Agência Senado


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