Senadores criticam falta de recursos para combater doenças epidemiológicas



Senadores que participaram nesta terça-feira (1) da audiência pública destinada a discutir a situação relativa ao controle da dengue, febre amarela e malária no Brasil criticaram a falta de recursos orçamentários destinados à área de saúde, principalmente os voltados ao combate das doenças epidemiológicas.

O senador Flávio Arns (PT-PR) lembrou que, dos R$ 18 milhões originalmente previstos no Orçamento Anual de 2008, R$ 4 milhões foram cortados, restando, assim, apenas R$ 14 milhões a serem utilizados durante todo o ano.

- O que me preocupa é que mesmo os R$ 18 milhões já seriam quase nada e mesmo assim foram cortados. Recursos são fundamentais - lamentou.

Da mesma forma pensa a senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN), para quem recursos para saúde não podem ser vistos como gastos, mas como investimentos necessários. Na opinião da senadora, o governo precisa agir com seriedade para que não faltem verbas para tratar da"questão saúde", partindo de ações planejadas, determinadas e independentes de gestões políticas.

- É nesta hora que a gente vê que saúde não é prioridade neste país - ressaltou.

O senador Paulo Duque (PMDB-RJ) destacou que a situação é tão séria que " dá vontade de propor a criação do Ministério das Endemias".

Solução

Na opinião do senador e médico Augusto Botelho (PT-RR), parte da solução para a crise de dengue no Rio de Janeiro está na conscientização permanente e eficaz da população e dos governantes quanto à atitude a tomar com relação ao problema, principalmente na questão "saneamento básico".

- As pessoas têm que se conscientizar de que quando jogam um copinho plástico da janela do carro, poderão estar facilitando o armazenamento de água parada e, assim, estarem matando alguém. É preciso conscientizar as pessoas por meio de campanhas institucionais - afirmou Augusto Botelho.

Já o senador Valter Pereira (PMDB-MS) lembrou que há métodos mais eficientes de combate à dengue, além da "forma conservadora" adotada pelo Ministério da Saúde de utilizar os chamados " fumacê". Ele citou, como exemplo, o uso de larvicidas biológicos, que são menos tóxicos, e iscas implantadas com cola em placas odorizadas com cheiro agradável ao mosquito.

- É preciso cobrar das autoridades sanitárias que repassem essas experiências à sociedade - cobrou Valter Pereira.

O debate ocorreu na Subcomissão Permanente de Promoção, Acompanhamento e Defesa da Saúde, vinculada à Comissão de Assuntos Sociais (CAS).



01/04/2008

Agência Senado


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