Senadores criticam uso de recursos da cultura para festas no DF



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Os senadores Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e Cristovam Buarque (PDT-DF) e representantes do movimento cultural do Distrito Federal manifestaram-se contra a proposta de utilizar recursos do Fundo de Apoio a Cultura (FAC) para financiar festas de datas comemorativas.

A proposta do governo do Distrito Federal foi debatida durante reunião interna realizada nesta terça-feira (18), na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado.

Apoio à cultura

O FAC é o principal instrumento de fomento às atividades artísticas e culturais da Secretaria de Cultura do DF, que oferece apoio financeiro a fundo perdido para projetos selecionados por editais públicos. Sua fonte de recursos consiste em 0,3% da receita corrente líquida do governo do Distrito Federal. Para 2012, estão previstos R$ 44 milhões para o fundo.

Cristovam Buarque considerou uma “irresponsabilidade” retirar dinheiro do fundo para usar em festas.

- Investindo em cultura, com um pouquinho de dinheiro, conseguimos alcançar resultados fantásticos. É só estabelecer as prioridades certas – alertou o senador.

Segundo Rodrigo Rollemberg, financiar esses eventos, que “são muito caros”, representaria uma queda expressiva dos recursos do FAC. Para ele, a luta deveria ser pela ampliação do apoio à cultura, não o contrário, o que pode resultar o esvaziamento do fundo.

Rollemberg informou que está tentando marcar um encontro com o governador Agnelo Queiroz (PT), juntamente com o movimento cultural, a fim de mostrar a posição dos senadores para que essa proposta seja revogada.

Descaso

Para o diretor-executivo do Núcleo de Arte e Cultura de Brasília (NAC), Marbo Giannaccini, não se pode retirar a verba destinada a promover e fomentar a cultura na capital para financiar festa. Ele defende que recursos para festas devem estar previstos no orçamento do GDF.

- Há um descaso geral com a cultura. Ela continua sendo a última prioridade do governo – critica Giannaccini.

O Coordenador do Fórum de Cultura do DF, maestro Rênio Quintas, afirma que a proposta quebra o princípio estabelecido em lei. Conforme disse, houve um aumento no valor destinado à cultura, que há três anos não passava de R$ 3 milhões, e atualmente chega a R$ 44 milhões.

- O governo cresceu o olho, não no sentido de melhorar nosso movimento. Estamos numa luta de “Davi contra Golias” – afirmou o maestro.

A reunião contou com a presença do secretário-executivo da Rede das Culturas Populares, Marcelo Manzatti; do presidente da Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo (ABCV), André Carvalheira; do presidente da Associação Brasiliense de Violão (Bravio), Alvaro Henrique; do secretário-executivo da Fundação Brasileira de Teatro, Augusto Lacerda Brandão e da representante da Associação Cultural Claudio Santoro, Gisele Santoro.



18/09/2012

Agência Senado


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