SENADORES DA CPI DOS BANCOS SÃO CONTRA DEPOIMENTO DE PEDRO MALAN
O vice-presidente da CPI do Senado que investiga o sistema financeiro, José Roberto Arruda (PSDB-DF), e o senador Eduardo Siqueira Campos (PFL-TO), titular da comissão, disseram, durante entrevistas concedidas nesta quinta-feira (dia 22), que não é hora de chamar para depor o ministro da Fazenda, Pedro Malan. OsArruda disse que a CPI está realizando uma análise detalhada de toda a documentação apreendida pela Polícia Federal no apartamento do ex-presidente do Banco Central, Francisco Lopes, enquanto Siqueira Campos observou que propor o depoimento de Malan é tentar trazer para a comissão um debate político, quando o assunto, no momento, é técnico.Arruda também condenou, mais uma vez, a proposta de chamar para depor na CPI o deputado Aloísio Mercadante (PT-SP), feita por Pedro Simon, durante reunião de trabalho da comissão, na última sexta-feira (dia 16). O senador do PSDB disse que se posicionará contra "toda vez que quiserem fazer da CPI um show". Para ajudar nas investigações da CPI, Mercadante - primeiro a denunciar irregularidades no sistema financeiro com a desvalorização do real - deveria levar à comissão a documentação que tiver, observou Arruda.Siqueira Campos observou que a proposta de trazer para depor o ministro Pedro Malan "é uma tentativa de dividir a CPI, que até agora tem trabalhado de forma uniforme". Ele achou pior para o ex-presidente do BC, Francisco Lopes, o fato de ter adiado seu depoimento, que estava agendado para a última segunda-feira, observando que a expectativa dos senadores é a de que o depoimento seja realizado na próxima segunda-feira (dia 26) (ver matéria).Além de Francisco Lopes e Cláudio Mauch, ex-diretor de Fiscalização do BC, há uma lista de pelo menos 30 depoimentos que deverão ser feitos pela CPI antes que seja tomada qualquer decisão sobre a vinda de Pedro Malan, defendeu Siqueira Campos.Na segunda-feira, depois do depoimento de Francisco Lopes, a CPI deverá analisar a possibilidade de promover a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico de todos os controladores e ex-controladores da empresa Macrométrica e de pessoas citadas na imprensa como investidores conhecidos do presidente do Banco Marka, Salvatore Alberto Cacciola.
22/04/1999
Agência Senado
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