Senadores homenageiam ex-deputado Djalma Marinho



Os senadores Epitácio Cafeteira (PTB-MA), José Agripino e Rosalba Ciarlini, ambos do DEM e do Rio Grande do Norte, participaram na manhã desta segunda-feira (7) de sessão da Câmara dos Deputados em homenagem ao centenário de nascimento do ex-deputado potiguar Djalma Marinho. Famoso por ter se recusado, em dezembro de 1968, a cumprir decisão do governo militar de abrir processo de cassação contra o então deputado Marcio Moreira Alves, Djalma Marinho foi eleito sete vezes deputado federal.

"Ao rei tudo, menos a honra", foi a frase do dramaturgo e poeta espanhol Pedro Calderón de La Barca, do século 17, utilizada por Djalma Marinho ao se recusar, como presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, a abrir processo contra Marcio Moreira Alves.

Os senadores lembraram que Djalma Marinho não concordava com as idéias de Marcio Moreira Alves, que foi acusado de ofender os militares, mas o defendeu por considerar que Moreira Alves, ao fazer seu histórico discurso contra o regime, exercia o direito de expressar suas idéias políticas.

Djalma Marinho já era famoso por ter sido advogado de 500 presos políticos, logo após a Intentona Comunista, iniciada em Natal no ano de 1935. O ex-deputado, destacaram os senadores, era um advogado católico e liberal, que naquele episódio defendeu os direitos humanos dos acusados por participação na insurreição, promovida pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) com o objetivo de derrubar o presidente Getúlio Vargas e de instaurar um governo com base popular.

Agripino e Rosalba Ciarlini lembraram os laços de amizade e políticos de suas famílias com o homenageado. Agripino disse que a melhor frase de Djalma Marinho não foi a citação de Calderón de La Barca, mas a afirmação de que "o melhor da democracia não é a eleição dos melhores, mas a derrota dos demagogos, mentirosos e subservientes".

Rosalba Ciarlini afirmou que Djalma Marinho esteve sempre presente na luta pela redemocratização e foi autor de uma proposta de emenda à Constituição que previa anistia ampla, "infelizmente derrotada pelas forças que apoiavam o regime". Rosalba também afirmou que o ex-deputado foi um dos primeiros a proporem a instalação de uma Assembléia Nacional Constituinte para a volta do regime democrático.

Já Epitácio Cafeteira ressaltou a coragem e a dignidade de Djalma Marinho, o que ficou demonstrado sobretudo, segundo o senador, pela atuação do parlamentar potiguar à frente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.



07/07/2008

Agência Senado


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