Senadores lamentam morte do jornalista Ruy Mesquita



O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (22) voto de pesar pelo falecimento do jornalista Ruy Mesquita, diretor do jornal O Estado de S. Paulo. Conhecido como Dr. Ruy, o jornalista morreu na noite dessa terça-feira (21), vítima de câncer. Os requerimentos de voto de pesar foram apresentados pelos senadores Ricardo Ferraço (PMDB-ES), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).

Ricardo Ferraço disse que Ruy Mesquita marcou a história da imprensa brasileira, por seu espírito inovador e por sua postura de correção. O senador observou que o jornalista era um homem tolerante por natureza e de personalidade, dono de uma trajetória de muita singularidade e independência no jornalismo brasileiro. Ferraço acrescentou que democracia, interesse público e apego ao trabalho marcaram a vida de Ruy Mesquita, que tinha muito “amor à notícia”.

- Foi um dos maiores defensores da liberdade de imprensa, mesmo nos tempos sombrios da ditadura militar – disse o senador, lembrando que Ruy Mesquita rompeu com o regime militar ao perceber ameaças à democracia e aos direitos humanos.

Para o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Ruy Mesquita foi um grande brasileiro. O senador disse que O Estadão sempre foi um jornal que se posicionou ao lado da democracia e da liberdade de expressão. Jarbas lembrou que Ruy Mesquita apoiou o golpe militar de 1964, mas rompeu com o regime ao perceber a censura e a perseguição a sindicatos. O senador ainda destacou que o jornal costumava publicar poesias e receitas culinárias no lugar das matérias censuradas.

Suplicy destacou que Ruy Mesquita escreveu editoriais de extraordinária qualidade e lutava pela liberdade de imprensa. O senador Jorge Viana (PT-AC), que presidia a sessão, também lamentou a morte do Dr. Ruy. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) destacou a convivência respeitosa com o Parlamento e com a sociedade brasileira dos jornais que Ruy Mesquita administrou. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) registrou admiração e respeito pelo jornalista e o senador Pedro Taques (PDT-MT) manifestou solidariedade com a família e com a o jornalismo brasileiro, que perdeu um profissional sério e competente.

O senador José Sarney (PMDB-AP) encaminhou igualmente à Mesa pedido de pesar pela morte de Mesquita:

– Ele era uma das figuras mais representativas da imprensa brasileira, não só do tempo presente, mas, sobretudo, do tempo passado – ressaltou Sarney, ao apresentar seu requerimento.

O senador recordou a estreita relação que manteve com o jornal e a família Mesquita desde a década de 50 do século XX, quando a o Estadão era comandado por Júlio de Mesquita Filho e se alinhava politicamente com a UDN, da qual o parlamentar era o vice-líder. Em 1973, o jornal foi censurado e teve até edições apreendidas, o que motivou um discurso de Sarney no Senado em defesa do matutino paulistano.

– Naquele momento, as palavras aqui nesta Casa eram medidas com absoluta prudência, porque qualquer excesso significava a ameaça do corte de uma carreira política. Mas ainda que todos achassem ser uma temeridade aquilo que eu fazia, era o dever que me impunha a minha consciência prestar minha solidariedade ao jornal e contra qualquer maneira de cercear a imprensa brasileira – recordou o senador.

Ao referir-se especificamente a Ruy Mesquita, Sarney afirmou nunca ter deixado de ter apreço pela coerência, firmeza, espírito jornalístico e dedicação do diretor do Estadão, apesar de divergências mais recentes.

– Sinto pela morte do Ruy Mesquita. Sinto que, com ele, desaparece um pedaço da história do Brasil, daqueles tempos que nós vivemos e do que ele representou ao longo desse tempo – afirmou Sarney

Pluralismo

Em nota encaminhada à Agência Senado, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ) também prestou homenagem ao jornalista: “o Brasil e a imprensa brasileira sofrem uma grande perda com a morte de Ruy Mesquita. Ele teve um papel preponderante no jornalismo brasileiro e na defesa de uma sociedade pluralista, aberta e democrática. Acompanhei de perto a sua atuação no período de transição para o regime democrático que culminou com a eleição de Tancredo Neves", diz a nota.



22/05/2013

Agência Senado


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