Senadores lembram contribuição do PCdoB à história do país



Parlamentares de todos os matizes ideológicos destacaram a importância do PCdoB para o Brasil. O senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) lembrou os "momentos difíceis" que enfrentou quando participava dos movimentos estudantis, tendo que fugir da cidade para não ser preso pelo regime militar. Ele criticou quem afirma hoje que o PCdoB não deveria ter participado da Guerrilha do Araguaia e lamentou que ainda existam famílias à procura de informações, ou dos restos mortais, de parentes que desapareceram na luta contra a ditadura militar.

O senador Paulo Paim (PT-RS) relembrou os 16 militantes do Partido Comunista do Brasil que foram lutar na Guerra Civil Espanhola, em 1936, em nome da solidariedade internacional, e classificou tais ações de "eternas". O senador acrescentou que sua homenagem se estendia a todos os homens e mulheres comunistas, especialmente aos militantes.

Cristovam Buarque (PDT-DF) fez o que chamou de "um desafio" ao PCdoB: rever a luta de classes, de modo a criar uma nova utopia política. De acordo com o senador, a causa maior de um partido de esquerda atualmente é substituir a luta em prol do controle do "capital-máquina" pelo "capital-conhecimento".

Já Renato Casagrande (PSB-ES) enfatizou a luta comum dos partidos de esquerda que integram a base do governo por uma saúde pública acessível e de qualidade; um sistema de segurança pública que dê tranquilidade à população; e uma educação pública de qualidade acessível a todos. De acordo com o parlamentar, o Brasil melhorou seus fundamentos econômicos e sociais nos últimos anos e o PSB e o PCdoB podem se orgulhar de sua participação nesse processo.

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) destacou o relevante papel desempenhado pelo PCdoB na história recente do país, relembrando a participação do partido "na linha de frente dos grandes momentos históricos da luta política brasileira", como, por exemplo, durante as campanhas "O Petróleo é Nosso" e "Diretas Já". Ele afirmou que a coerência ideológica do PCdoB é uma marca profunda de sua existência, acrescentando que o partido "tem se credenciado como uma força de aglutinação política dos setores mais avançados da sociedade e como porta-voz de importantes setores da vida política nacional".

Rosalba Ciarlini (DEM-RN) lembrou que os militantes do Rio Grande do Norte, muitos trabalhadores das salinas, ficaram conhecidos como integrantes do "Sindicato do Garrancho", pois eles se reuniam às escondidas em uma caverna cheia de galhos de árvores. Para ela, muitas das melhorias obtidas pelos trabalhadores do sal e da construção civil do seu estado se devem aos militantes do PCdoB. Lembrou ainda ter contado com o apoio do partido para se eleger prefeita de Mossoró (RN).

Mão Santa (PMDB-PI) mencionou o fato de o partido ter vivido 60 anos na clandestinidade, "uma de suas maiores façanhas", porque mesmo assim sempre esteve presente, sempre foi atuante na vida política brasileira e nunca se acovardou.

José Nery (PSOL-PA) declarou que "a luta pelo socialismo é mais atual do que nunca, neste momento em que o mundo assiste à falência do Consenso de Washington". Ele disse ainda que a crise econômica mundial "teve o mérito de desmascarar os limites da política econômica brasileira, ancorada, por um lado, em ações paliativas destinadas aos mais pobres e, por outro, na manutenção dos lucros e das benesses dos poderosos - especialmente dos banqueiros, que fazem a farra". Nesse contexto, avaliou o senador, as recentes medidas governamentais de combate à crise "não escondem uma opção de classe, pois o dinheiro público tem servido para salvar bancos, empreiteiras, montadoras e tudo o mais que o valha, menos os empregos".

Aloizio Mercadante (PT-SP) afirmou que, desde sua fundação, em 1922, o PCdoB sempre teve presença decisiva em todos os momentos importantes da História do Brasil, acumulando uma memória das lutas sociais e das transformações históricas do Brasil, características especiais que o distingue de outras agremiações políticas. "A História do Brasil não seria o que é sem o PCdoB", afirmou Mercadante.

Já o senador José Sarney (PMDB-AP), presidente do Senado, disse que teve "a felicidade de legalizar o PCdoB" quando foi presidente da República e que, em várias oportunidades, foi aliado dos comunistas em campanhas eleitorais.

Sarney lembrou ainda que manteve amizade com João Amazonas, líder do PCdoB por muitos anos,a quem ele se referiu como "um dos homens que tinha uma força interior na sua fragilidade pessoal, que inspirava a todos" por dedicar toda sua vida a um ideal.

Também discursou o presidente do partido, Renato Rabelo, que destacou a importância da atividade política na saída para a crise econômica internacional, seja no Brasil ou nos outros países e afirmou que a crise será superada somente com uma decisão política, "fator essencial ao processo de transformação".

31/03/2009

Agência Senado


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