Senadores lembram fim da Guerra do Contestado



O Plenário do Senado tem sessão deliberativa nesta quinta-feira (8), às 14h, mas a pauta permanece trancada por dois projetos de lei de conversão e uma medida provisória. Antes da ordem do dia, como é chamado o horário de votações, os senadores vão prestar homenagem à Guerra do Contestado. O conflito armado ocorreu no sul do país, entre outubro de 1912 e agosto de 1916, envolvendo cerca de 20 mil camponeses, que enfrentaram forças militares numa área de disputa territorial entre o Paraná e Santa Catarina - denominada região do Contestado.

A solicitação para a realização da sessão partiu do senador Raimundo Colombo (DEM-SC). Uma das causas da guerra do Contestado foi desapropriação de terras de camponeses por causa da construção de uma estrada de ferro entre São Paulo e Rio Grande do Sul. A obra foi realizada por uma empresa norte-americana - a Brazil Railway Company - com apoio dos chamados coronéis, que eram grandes proprietários de terra, e também do governo. Devido a essa construção, foram desapropriados 6.696 km² de terras (equivalentes a 276.694 alqueires), resultando na expulsão de milhares de famílias de camponeses, o que gerou desemprego e revolta.

Outra causa desse conflito foi a compra de uma grande área daquela região por um grupo de pessoas ligadas à construtora da estrada de ferro. Na propriedade foi implantada uma empresa madeireira voltada para a exportação. Tal episódio também resultou na expulsão de famílias de suas terras.

Quando a estrada de ferro ficou pronta, muitos trabalhadores que atuaram em sua construção, vindos de diversas partes do país, ficaram desempregados. Mesmo assim, decidiram permanecer na região, o que agravou ainda mais os conflitos. A guerra terminou em 1916, quando as tropas oficiais conseguiram prender Adeodato, um dos líderes do último reduto de rebeldes da revolta. Ele foi condenado a 30 anos de prisão.

Abaixo, dados históricos sobre a guerra:

- Combatentes militares no auge da guerra: oito mil, sendo sete mil soldados do Exército, do Regimento de Segurança do Paraná e de Santa Catarina, mais mil civis contratados;

- Baixas nos efetivos legalistas militares e civis: de 800 a 1 mil;

- Baixas na população civil revoltada: de 5 mil a 8 mil;

- A Guerra do Contestado durou mais tempo e produziu mais mortes que a Guerra de Canudos, outro conflito ocorrido em novembro de 1896, no sertão da Bahia;

- Nos anos da guerra, nove mil casas foram queimadas e cerca de 20 mil pessoas mortas.



05/10/2009

Agência Senado


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