Senadores preocupam-se com prazo para investigações



Durante a discussão do plano de trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo, aprovado nesta terça-feira (22), vários senadores manifestaram preocupação com a perspectiva de a tomada de 35 depoimentos tornar impossível o cumprimento do prazo de 180 dias previsto para o fim das investigações. O senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA) sugeriu ao relator Demóstenes Torres (DEM-GO) "enxugar" a lista de pessoas a serem ouvidas.

- É impossível chegar a uma conclusão com tantas audiências - acredita Antonio Carlos Magalhães.

O senador José Agripino (DEM-RN) pediu que as investigações sejam focadas nos controladores aéreos e em questões que permitam esclarecer se realmente há "buracos negros" no controle aéreo nacional. Agripino quer saber também se realmente os equipamentos estão obsoletos e sugeriu que a CPI ajude a investigar quem deve comandar o controle aéreo nacional - se civis ou militares. Para o senador, os controladores precisam ser ouvidos primeiro, uma vez que são "os arautos, os anunciadores" da crise.

A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) preocupou-se em demonstrar à população que é seguro voar no Brasil. Para Ideli, é preciso apresentar estatísticas sobre os acidentes ocorridos no Brasil e sua correlação com a qualidade do controle do tráfego aéreo no país. A senadora lembrou também a importância de a CPI ajudar a delimitar as responsabilidades pelo acidente ocorrido entre o avião da Gol e o jatinho Legacy em setembro passado, uma vez que isso tem repercussões inclusive em termos de indenizações às famílias.

- É uma causa bilionária - disse.

A CPI, nessa primeira reunião administrativa, aprovou novos requerimentos para tomar outros depoimentos, além dos 35 nomes que constam do plano de trabalho do relator Demóstenes Torres. O senador Sibá Machado (PT-AC) quer que sejam ouvidos também pela comissão o ex-presidente da Infraero Fernando Perrone e o procurador federal que atua junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado.

Foi definido ainda, dentro do plano de trabalho da CPI do Apagão Aéreo, que a comissão se reunirá três vezes por semana, às terças, quartas e quintas-feiras. Eventualmente, serão feitas duas reuniões no mesmo dia, pela manhã e à tarde.



22/05/2007

Agência Senado


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