Senadores querem facilitar concessão de vistos entre Brasil e Angola e aumentar vôos entre os dois países
Nesta segunda-feira (19) os senadores Heráclito Fortes (DEM-PI), Marconi Perillo (PSDB-GO), José Nery (PSOL-PA) e João Pedro (PT-AM) reuniram-se com o vice-presidente da Assembléia Nacional de Angola, deputado João Lourenço e com integrantes das comissões de Relações Exteriores e de Defesa do parlamento local. Nos dois encontros, os senadores discutiram a necessidade de diminuir a burocracia na concessão de vistos de trabalho no país e as possibilidades de criação de uma nova linha aérea ligando Brasil e Angola.
As reuniões desta segunda-feira fizeram parte da agenda do último dia da missão dos quatro senadores brasileiros à África. Iniciada em 10 de maio, a missão passou por Cabo Verde, Senegal, Guiné-Bissau, Nigéria e São Tomé e Príncipe. O intuito da viagem é, por meio da diplomacia parlamentar, estreitar as relações do Brasil com os países visitados.
Os senadores chegaram a Angola no sábado (17) e durante o fim de semana conheceram várias obras que estão sendo realizadas por empresas brasileiras no país. Foram visitadas rodovias em processo de duplicação, condomínios e prédios públicos em construção. No domingo à noite a Embaixada do Brasil em Angola promoveu um encontro entre os senadores e brasileiros que vivem no país para que estes pudessem falar sobre suas principais demandas. O aumento do número de vôos e a facilitação dos vistos estavam na pauta apresentada por esses brasileiros, bem como a necessidade de instalação de escolas brasileiras no país.
Atualmente, uma companhia aérea local realiza três vôos semanais entre Rio de Janeiro e Luanda, com vôos geralmente lotados e que não atendem a demanda. A burocracia na concessão de vistos tem dificultado a entrada de brasileiros que querem trabalhar em Angola. O Consulado do Brasil calcula que haja em torno de 15 mil brasileiros em Angola atualmente.
Reconstrução do país
Durante o encontro com os parlamentares que integram a Comissão de Relações Exteriores, Cooperação Internacional e Comunidades Angolanas no Estrangeiro, presidida pelo deputado Domingos Manuel Njinga, e com os parlamentares da Comissão de Defesa Nacional, Segurança e Ordem Interna, deputado Domingo Francisco Tula, os senadores brasileiros elogiaram o processo de reconstrução de Angola. O país, que se tornou independente de Portugal em 1975, esteve em guerra civil durante quase três décadas, tendo sido pacificado apenas em 2002.
- Tocou-me muito o fato de os angolanos estarem trabalhando na infra-estrutura do país, no saneamento básico, na construção de estradas. Muitos países estão investindo aqui e esperamos que isso seja duradouro - disse o senador Heráclito Fortes, presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado brasileiro.
Durante a reunião, os senadores, a pedido dos deputados angolanos, explicaram o funcionamento do sistema político brasileiro. Também foram feitas sugestões para ajudar a resolver alguns dos problemas mais graves do país. Marconi Perillo sugeriu que os angolanos buscassem um convênio com a Rede Sarah, que atua no Brasil na reabilitação de pessoas com problemas no aparelho locomotor. De acordo com o senador, isso poderia ajudar os angolanos que tiveram partes do corpo amputadas por minas instaladas durante a guerra civil. Também foram sugeridas parcerias com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) com o intuito de melhorar a produtividade agrícola e incentivar as pequenas empresas angolanas.
19/05/2008
Agência Senado
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