Senadores defendem mais ligação entre Brasil e África, incluindo vôos internacionais



Durante a audiência pública que ouviu representantes de diversos países africanos sobre a Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (Nepad), a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), autora do requerimento que motivou a reunião, sugeriu que haja continuidade nos debates sobre a aproximação do país com o continente africano, especialmente em relação a atual ausência de comunicações marítimas e aéreas. A senadora pediu ainda a aproximação empresarial, de ciência e tecnologia, educação e saúde.

- São três espaços onde podemos aprofundar nossas parcerias, como intercâmbio, de forma que não haja imposição de nenhum país sobre o outro - afirmou. A senadora pediu ainda que o governo brasileiro mantenha na África embaixadas que tenham representação diplomática no Brasil, reciprocidade que não existe hoje.

O senador Jefferson Péres (PDT-AM) afirmou que o Nepad é um passo gigantesco para a África. -O colonialismo foi um mal, mas os povos africanos entenderam que é hora de tentar resolver os próprios problemas, claro, com apoio da comunidade internacional; aprendemos a lição dos tigres asiáticos-, disse. O senador questionou ainda se a África poderia instituir causa excluindo da organização Nepad ou outras semelhantes países que não fossem democráticos, como fez com bons resultados a Organização dos Estados Americanos (OEA). O embaixador do Senegal, César Coly, afirmou que já se está fazendo isso na União Africana.

O senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA) questionou sobre regras para a iniciativa privada, especialmente para o petróleo. O embaixador César Coly explicou que a prioridade é a estabilidade política, mas que as regras para a iniciativa privada também são importantes. O senador João Capiberibe (PSB-AP) saudou a iniciativa de um projeto conjunto para o continente africano. Para Capiberibe, os países do Sul devem unir-se para defender os próprios interesses. O senador lamentou também o problema de ausência de vôos diretos entre Brasil e África.

O senador Eurípedes Camargo (PT-DF) defendeu que as relações entre Brasil e África sejam mais trabalhadas. O senador João Alberto Souza (PMDB-MA) lembrou a influência africana na cultura maranhense e destacou a simpatia dos brasileiros pela África. O senador questionou por que há tantas guerras permanentes na África.

O diretor-geral da África e Oriente Próximo do Ministério das Relações Exteriores, Pedro Motta Pinto Coelho, respondeu a João Alberto que os conflitos africanos são de natureza diversa, muitas vezes motivadas por questões econômicas. O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) lembrou as semelhanças populacionais e climáticas entre África e Brasil e afirmou que a proximidade comercial deve ser perseguida.



17/07/2003

Agência Senado


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