Senadores ressaltam participação do Senado na inclusão de pessoas com deficiência



Diversos parlamentares usaram a tribuna durante a sessão especial de abertura da 2ª Semana de Valorização da Pessoa com Deficiência, realizada nesta terça-feira (21), para ressaltar a importância da participação do Senado em iniciativas que contribuam para a inclusão das pessoas com deficiência.

No início da sessão, o presidente do Senado, Renan Calheiros, convidou para compor a Mesa o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Odilo Pedro Scherer; o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, Paulo Skaf; o diretor da Rede Globo José Fernandes Sardinha; e os artistas Guilherme Beringuer, Isabel Fillardis, Sharon Menezes e Marcos Frota. Em seguida, parlamentares e convidados ouviram a apresentação do Coral do Senado.

O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) elogiou as novas leis aprovadas no Congresso para facilitar e promover conquistas dos deficientes na superação das tantas dificuldades que enfrentam. Ele reconheceu, no entanto, ser ainda longo o caminho a percorrer e prometeu que os senadores continuarão a trabalhar com esse objetivo.

O líder do PMDB fez uma viagem na História, relembrando o período em quegregos e romanos sacrificavam as pessoas com deficiência.

- A religião cristã trouxe a redenção e a sociedade moderna reconheceu ser imperativo obter a igualdade entre todos - enfatizou.

Já a líder do PT, Ideli Salvatti (SC) ressaltou a importância das pessoas serem diferentes entre si.

- Ainda bem que somos diferentes. Omundo seria monótono, se assim não fosse. Todos sabem que o convívio com pessoas deficientes mostra nuanças que enriquecem o todo - afirmou.

Em nome da liderança do PFL, o senador Paulo Octávio (DF) manifestou sua preocupação com os 17 milhões de brasileiros com deficiências visuais, que têm dificuldade de distinguir as cédulas brasileiras, todas do mesmo tamanho. Ele lembrou ter apresentado o PLS 90/2003, prevendo a diferenciação do tamanho das notas. Para o parlamentar, o custo estimado para o Banco Central colocar a medida em prática - R$ 206 milhões - representa "uma ninharia, para um governo que já gastou R$ 2,5 bilhões somente em propaganda direta".

Para o 1º Secretário da Mesa, senador Efraim Morais (PFL-PB), ao lado da consciência e do reconhecimento do trabalho realizado pelas Associações dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAEs), por fundações, pelo Senado e por artistas brasileiros, é preciso reconhecer o anonimato que cerca o gigantesco trabalho de tantas pessoas pioneiras:

- Gente simples, com coração enorme, elas se dedicam ao atendimento de pessoas com deficiência, ao lado da Igreja Católica e outras religiões - ressaltou, lembrando também das iniciativas das classes política e empresarial.

Falando pela liderança do PDT, o senador Cristovam Buarque (DF) disse que o grau de civilização de um país pode ser definido pela maneira de tratar seus cidadãos com deficiência. Para ele, o Brasil já avançou muito, mas a discriminação ainda existe. Lembrou ainda a existência de uma deficiência invisível, que é a falta de escolaridade, já que, em sua opinião, o analfabeto é um deficiente.

Para o senador Papaléo Paes (PSDB-AP), o Senado tem-se mostrado na vanguarda da integração de pessoas com deficiências, por meio da construção de acessos com rampas para cadeirantes, banheiros adaptados, facilidades especiais na biblioteca e do sistema closed caption na TV Senado. Ele enfatizou, ainda, a importância da sessão especial ter sido transmitida com intérprete da Linguagem Brasileira de Sinais (Libras).

Convidados

O Presidente da Fiesp, Paulo Skaf, afirmou que, no setor da indústria, investe-se bastante na formação profissional de pessoas com deficiência. Segundo Skaf, há inúmeros cursos do Sesi e do Senac que enfatizam a saúde e a segurança dos trabalhadores.

Dom Odilo Scherer, secretário-geral da CNBB, lembrou que a Campanha da Fraternidade de 2006 teve como tema a inclusão da pessoa com deficiência, a fim de promover sua valorização por meio de iniciativas na área de saúde, ações econômicas e religiosas.

O ator Marcos Frota relatou ter visitado 40 cidades em 16 estados brasileiros durante as eleições, para falar com a juventude, na esperança de que eles ajudem a combater o preconceito - a parte mais difícil, para se vencer as deficiências. Para ele, se iniciativas como a da Semana da Valorização da Pessoa com Deficiência puderem ser multiplicadas pelo país afora, talvez o Brasil possa vir a ser o campeão da inclusão social.



21/11/2006

Agência Senado


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