Senadores temem que fusão de companhias aéreas provoque mais desemprego no setor
O senador Paulo Paim (PT-RS), um dos autores, juntamente com a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), do requerimento para realização da audiência pública sobre o setor de aviação na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), mostrou-se apreensivo com a possível fusão das empresas Varig e TAM. Ele entende que o fim da Varig poderá trazer sérios prejuízos para os trabalhadores da ativa, aposentados e pensionistas da companhia.
Durante a audiência pública na comissão, Paulo Paim quis saber se o governo em algum momento teve a intenção de intervir na Varig. Em resposta, Alex Castaldi, do Ministério da Defesa, negou essa intenção. Já o senador Pedro Simon (PMDB-RS) cobrou do governo a adoção de uma -decisão política- para salvar a Varig, considerada por ele como uma empresa padrão.
O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) observou que o processo em andamento tende mais para uma incorporação do que uma operação de fusão, ao lembrar que caberão à Varig apenas 5% de toda a futura empresa. O senador Marcelo Crivella (PL-RJ) disse ser necessário se promoverem esforços para preservar a Varig e destacou a -confiança e o prestígio- da empresa entre os passageiros.
O senador Aelton Freitas (PL-MG) lembrou que o mercado está em retração, registrando mês a mês constante queda na venda de passagens. Por sua vez, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) disse não entender como uma empresa de maior porte, como a Varig, está sendo incorporada por uma menor, como a TAM. Daí pregou subsídios oficiais para o setor aéreo.
Já o senador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) denunciou o que chamou de -marketing nefasto- contra uma das mais tradicionais empresas de aviação em operação no país, que é a Varig. Ele propôs que o governo saia em defesa dessa companhia aérea que, informou, fatura cerca de R$ 7,5 milhões por ano.
O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) lastimou que a maior empresa aérea do país esteja em situação falimentar e pediu que os funcionários da Varig não fiquem de fora nas negociações envolvendo a possível fusão. O senador César Borges (PFL-BA) isentou de culpa o atual governo na possível quebra da Varig, mas cobrou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva providências no sentido de socorrer a Varig, já que, notou, o setor aéreo comercial é estratégico para o país.
Por último, o senador Paulo Octávio (PFL-DF) disse que as altas taxas aeroportuárias também ajudam a inviabilizar as companhias aéreas, bem como as cargas tributárias. E lembrou que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) está prestes a julgar uma ação envolvendo o governo federal e a Varig, que poderá dar ganho de causa à companhia de cerca de R$ 3 bilhões.
27/08/2003
Agência Senado
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