Serraglio diz que é inflexível em relação ao mensalão



O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), destacou, em entrevista nesta terça-feira (4), que aceitará mudanças pontuais e técnicas no texto final, mas que é inflexível a respeito do mensalão e da utilização de recursos do Fundo Visanet no valerioduto. Serraglio insinuou que o pedido de indiciamento do ex-ministro da Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica e atual chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos, Luiz Gushiken, poderá ser revisto.

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Horas antes da reunião da CPI convocada para a votação do relatório final - marcada para as 16h -, Serraglio disse que, apesar de esperar que seu texto seja votado, tem medo de que o derrubem e não consigam reunir votos suficientes para aprovar um documento alternativo.

O relator disse também que a tentativa da base governista de alterar o relatório com a eliminação da tese do mensalão e o reconhecimento apenas da existência de caixa dois é pior para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O relator avalia que se não existiu mensalão, e sim caixa dois, o dinheiro recebido foi utilizado para pagamento de dívidas de campanha, incluindo a presidencial de 2002.

- Na alternativa que escolheram, não pensaram que isso poderia virar um tiro de canhão - disse.

Serraglio ressaltou que a situação do presidente Lula, portanto, se complica se a tese do caixa dois for a vencedora - na qual não acredita. O relator lembrou que, em depoimentos anteriores à CPI, o ex-deputado Valdemar da Costa Neto, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o publicitário Duda Mendonça admitiram o pagamento de campanha de candidatos do PT com esses recursos.

- Se eles estão admitindo que os repasses foram para liquidar dívida de campanha, imagina o que significa isso? - afirmou, advertindo sobre a hipótese da responsabilização do presidente.

Parecer

A reunião marcada para o exame do relatório provavelmente, segundo Serraglio, será apenas para discussão do documento. A votação deve ser transferida para a quarta-feira (5). Caso o relatório seja rejeitado, o presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS), escolherá um relator do vencido, que apresentará novo documento. Foram protocolados quatro votos em separado até as 10h da manhã desta terça: do PT, do deputado Carlos Willian (PTC-MG), do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) e da senadora Heloísa Helena (PSOL-AL).



04/04/2006

Agência Senado


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