Servidores são proibidos de receber passagens de empresas privadas



A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou nesta quarta-feira (6) o projeto nº 168/2000, que proíbe servidores públicos de receber passagens e diárias de empresas privadas para participar de eventos. A matéria, que teve 18 votos favoráveis, foi acolhida na forma de substitutivo do senador Amir Lando (PMDB-RO), que ainda será examinado em turno suplementar. Uma vez confirmado o texto, ele será enviado diretamente à Câmara, caso não haja recurso para sua votação no Plenário do Senado.

O autor da proposta, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), justificou sua iniciativa pelo fato de a imprensa ter noticiado viagens de agentes públicos -custeadas por empresas que, muitas vezes, têm interesse em agradar seus convidados, visando criar facilidades para seus pleitos-. O projeto altera a lei que define as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato ou emprego público.

-A proposta, sem dúvida, é um passo no sentido da moralização da gestão da coisa pública no Brasil-, afirma o relator em seu parecer, que faz referências ao Código de Ética do servidor público, de 2000.

De acordo com o substitutivo de Lando, o servidor só poderá aceitar passagens e hospedagem quando os eventos forem patrocinados por organismos internacionais dos quais o Brasil faça parte; por governos estrangeiros e suas instituições estrangeiras; ou por instituições acadêmicas, científicas ou culturais. O parecer estabelecia também a permissão de receber os benefícios de empresas, entidades ou associações de classe que não tivessem atuação em área similar ao do órgão do respectivo agente público, mas o relator retirou essa possibilidade do substitutivo, a pedido do autor.

A CCJ aprovou ainda parecer favorável do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) ao projeto nº 7/2003, oriundo da Câmara dos Deputados, que obriga os arrendadores de veículos automotivos a enviar ao arrendatário o Documento Único de Transferência (DUT) e o termo de quitação com fins de transferência do veículo junto ao órgão competente. Virgílio considera a aprovação da matéria -um passo no sentido do amadurecimento da economia brasileira-. O projeto será agora examinada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).



06/08/2003

Agência Senado


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