Serys afirma que cotas raciais 'reparam injustiça histórica'



Na véspera do início das audiências públicas no Supremo Tribunal Federal (STF) para discutir o tema, a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) disse nesta terça-feira (2) que é absurdo considerar polêmica a existência de cotas raciais nas universidades públicas federais. Para ela, as cotas reparam uma injustiça histórica que segrega a população brasileira e impede o acesso dos negros à universidade pública.

- Se mais de 95% dos negros não conseguem entrar na universidade pública, há algo de muito errado. Se temos uma população com mais de 50% de negros e pardos, esta deveria ser a mesma proporção de alunos, caso a seleção fosse realmente justa, e não é bem isso que observamos - afirmou.

Segundo a senadora, os negros não entram na universidade pública porque são submetidos, por uma "cultura preconceituosa e segregacionista", a acreditarem que a escola não é lugar para eles e que não adianta se esforçar. Serys observou que sem exemplos que extrapolem o universo do futebol, os negros brasileiros passam a acreditar que realmente não espaço para eles na academia.

- O racismo no Brasil existe e não é velado. Pelo contrário, é bastante aparente. Basta ver o lugar no mercado de trabalho ocupado pelo negro e pelo branco, o salário do negro e o salário do branco, a escolaridade do negro e a escolaridade do branco. Se estas diferenças não forem discriminação, meu conceito de preconceito e discriminação é bem deturpado - assinalou.



02/03/2010

Agência Senado


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