Serys critica intervenção no Haiti e lê Carta de Mato Grosso condenando trabalho escravo



A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) repudiou nesta quarta-feira (12) a intervenção militar no Haiti por tropas internacionais - inclusive do Brasil -, amparada em decisão da Organização das Nações Unidas (ONU). No entender da parlamentar, a ocupação do Haiti faz parte de uma estratégia de dominação dos Estados Unidos, desta vez com a colaboração da França.

Depois de citar uma série de ações norte-americanas, como a invasão da Guatemala em 1954, o golpe de Estado no Chile, em 1973, a invasão de Granada, em 1983, e o golpe de Estado no Haiti, em 1991, a senadora mato-grossense lembrou que o presidente deposto, Jean-Bertrand Aristide, chegou ao poder em 1990 pelo voto direto, mas, destituído sete meses depois, voltou ao poder com o apoio dos Estados Unidos, em 1994, numa "guinada autoritária e repressiva".

- A intervenção no Haiti objetiva claramente aumentar a pressão sobre Cuba, Venezuela e também sobre a Argentina, que se nega a pagar incondicionalmente a fatura abusiva apresentada pelos banqueiros internacionais - afirmou Serys.

A senadora também leu trechos da Carta de Mãos Dadas pelo Mato Grosso, divulgada em alusão ao 13 de maio, dia da Abolição da Escravatura. Assinada por várias entidades reunidas no Primeiro Fórum de Debate pela Erradicação do Trabalho Escravo e Degradante, a carta manifesta a preocupação dos signatários com a escravidão contemporânea "que mancha de vergonha" aquele estado da Federação.

"Consideramos essa forma de escravidão tão ou mais cruel que a que existiu no Brasil durante 364 anos, sobretudo porque se dá nos marcos do Estado de Direito", afirmam as entidades no documento.



12/05/2004

Agência Senado


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