Serys registra apelo do Mato Grosso por melhores condições de trabalho para a PF



Ao tratar da questão do aumento da violência no Brasil, a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) relatou a visita que o Fórum Mato-Grossense de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado fez ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, na semana passada. Na ocasião, foi entregue ao ministro uma carta aberta com várias solicitações, entre elas a de que a Polícia Federal do estado possa ter melhores condições materiais para desempenhar seu trabalho.

A senadora lembrou que a partir do assassinato do empresário Sávio Brandão, ocorrido em setembro do ano passado, a sociedade mato-grossense mobilizou-se e cobrou do então ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro, a criação de uma força-tarefa para combater o crime organizado no estado. Ela testemunhou que a operação patrocinada pelo governo federal, chamada Arca de Noé, conseguiu reduzir a violência no Mato Grosso, em especial o crime de pistolagem.

Com o fim da atuação direta da força-tarefa, prosseguiu Serys, houve uma certa desmobilização do combate ao crime. Ela informou que hoje a Polícia Federal do Mato Grosso está sucateada, sentindo a falta de agentes, delegados e servidores e sem poder contar sequer com viaturas e dinheiro para a compra de combustível que permita as diligências necessárias para elucidar crimes.

Serys Slhessarenko também sugeriu a adoção de algumas medidas propostas pela comissão parlamentar de inquérito (CPI) presidida por ela na Assembléia Legislativa do Mato Grosso, que estudou formas de combate ao narcotráfico. Uma dessas sugestões foi viabilizar um trabalho conjunto entre as polícias do estado, a federal e as Forças Armadas, no sentido de controlar os 700 quilômetros de fronteira seca que o estado tem.

A sugestão de envolver as Forças Armadas na fiscalização das fronteiras foi endossada pelo senador Demostenes Torres (PFL-GO). Ele disse que o combate ao tráfico de drogas tem que ser uma das prioridades do país. No mesmo sentido, o senador Augusto Botelho (PDT-RR) registrou que na Venezuela as Forças Armadas do país já atuam na fiscalização das estradas.

Mulher

A senadora pelo Mato Grosso também leu carta enviada pela Bancada Feminina do Congresso Nacional à revista Veja, que em sua edição do final de semana passado publicou matéria que, na visão de Serys, responsabilizaria as mulheres por uma parcela do -rombo- da Previdência.

- O que onera a Previdência são as isenções, os incentivos concedidos, a falta de uma efetiva cobrança dos devedores e de mecanismos que coíbam as fraudes existentes. Os responsáveis são os fraudadores, os que vêm roubando através dos tempos, os que se isentam através de formas não regulares - afirmou Serys.

Em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) manifestou seu apoio a Serys e opinou que o conceito de que o homem é o sexo forte não passa de machismo. Ele destacou que ao longo da história as mulheres têm apresentado um comportamento mais corajoso do que os homens. Ele citou o caso da crucificação de Cristo, quando os personagens masculinos da história se omitiram, enquanto as mulheres, como a esposa de Pilatos, tiveram comportamento ativo e tentaram impedir a morte de Jesus ou atenuar seu sofrimento, como a mulher que rompeu o cerco de soldados para enxugar seu rosto.



03/04/2003

Agência Senado


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