Serys quer que situação do Aquífero Guarani seja discutida em Istambul
No período de 16 a 22 de março ocorrerá, em Istambul (Turquia), a quinta edição do Fórum Mundial de Água. Cerca de 20 mil pessoas se reunirão em busca de soluções para a escassez de água no planeta. A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) pediu à sua colega Marisa Serrano (PSDB-MS) - uma das responsáveis pela organização da comissão que representará o Senado no evento - que leve ao debate a questão do Aquífero Guarani, o maior reservatório subterrâneo de água doce do mundo, sobre o qual estão assentados o Mato Grosso, o Mato Grosso do Sul e todo o Pantanal.
- O aquífero tem 1,2 milhão de quilômetros quadrados de área linear, o equivalente à soma dos territórios de Inglaterra, França e Espanha. A utilização de agrotóxicos e a poluição de rios na região do Pantanal pode significar a degradação do aquífero. É preciso conscientização dos produtores rurais sobre os riscos do uso de agrotóxicos para a contaminação do lençol freático - advertiu Serys Slhessarenko.
Segundo a senadora pelo Mato Grosso, somente uma ação conjunta dos governos federal, estadual, municipais e sociedade civil será capaz de garantir a sobrevida do o Aquífero Guarani. Serys informou que em seu estado a situação do Rio Cuiabá é preocupante. A degradação do principal afluente da parte mato-grossense do Pantanal pode causar a contaminação do aquífero.
Serys denunciou que entre os municípios de Cuiabá e Santo Antônio de Leverger, em uma extensão de pouco mais de 45 quilômetros, as margens e o leito foram loteadas para a exploração comercial. Ela acrescentou que, segundo noticiou o jornal Diário de Cuiabá, empresas e pessoas abriram acessos nas margens, construíram rampas para barcos e instalaram pontos comerciais de pesca.
Visando valorizar a água e garantir renda para aqueles que preservem os mananciais e cursos de água, a senadora apresentou, no ano passado, projeto estabelecendo o pagamento de royalties aos titulares de propriedades em regiões produtoras de água. Serys explicou que seria uma forma de estimular a preservação e a não exploração total das terras que margeiam esses reservatórios de água, garantindo maior sustentabilidade aos mananciais.
- Trata-se do PLS 411/08, que está na Comissão de Infra-Estrutura aguardando designação de relator. Sei que o projeto necessita de ajustes, mas acredito que o tratamento do aquífero como um bem precioso, tal como o petróleo, trará benefícios gigantescos no futuro, quando realmente a água ganhará a primazia em relação ao petróleo na pauta de importação dos países - afirmou Serys Slhessarenko.
02/03/2009
Agência Senado
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