Serys: rumos do governo estão em jogo na votação da Previdência



A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) disse nesta segunda-feira (24) que o que estará em jogo na votação da reforma da Previdência no Senado são os rumos do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Mesmo posicionando-se contra alguns pontos da Proposta de Emenda à Constituição nº 67, a senadora disse que terá que votar com o relator, senador Tião Viana (PT-AC), lembrando que o Partido dos Trabalhadores fechou questão sobre a matéria.

- Não quero que me considerem traidora. Traição, para mim, é deixar o PT ir para a direita, é descarrilhar em rumos contrários ao que o povo desejou e almejou que o país tomasse com a posse do presidente Lula. Neste momento quase que de desespero, digo que precisamos ter fidelidade partidária sim. Eu que construí minha vida no PT não vejo outra alternativa - afirmou Serys.

Na avaliação da senadora pelo Mato Grosso, o PT deveria ter discutido mais internamente a reforma da Previdência antes de fechar questão sobre o tema. Ela revelou que muitos dos parlamentares do partido estão vivendo um conflito pessoal e, em alguns momentos, sentindo-se violentados em serem obrigados a votar contra seus próprios princípios.

Serys conclamou os integrantes do PT a trabalharem dentro do partido para que o governo Lula não vá para um caminho diferente do que sempre foi defendido por ele e pelos demais petistas. Ela acrescentou que as forças de esquerda, em vez de se dispersar, têm que se manter unidas para corrigir os rumos do governo, para que ele possa estar em sintonia com os milhões de brasileiros que elegeram Lula.

Em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) lembrou que, quando governador do Piauí, implantou um redutor que acabou com os super-salários na administração estadual. Ele registrou que o maior salário pago em 1995 pelo estado chegava a R$ 27 mil. Com o apoio do Supremo Tribunal Federal, especialmente do ministro Sepúlveda Pertence, este valor foi reduzido.



24/11/2003

Agência Senado


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