Sessão solene comemora participação do Brasil no 4º Ano Polar Internacional



O Congresso Nacional realizou na manhã desta quinta-feira (8) sessão solene para comemorar a primeira participação do Brasil no Ano Polar Internacional - um conjunto de ações científicas no Ártico e na Antártica. O programa envolve mais de 200 projetos, com milhares de cientistas de mais de 60 países que analisam uma série de tópicos nas áreas da física, da biologia e da pesquisa social.

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A sessão, realizada por requerimento do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e da deputada Maria Helena (PSB-RR) - respectivamente presidente e vice-presidente da Frente Parlamentar Mista em Apoio ao Programa Antártico Brasileiro - foi dedicada à memória da professora da Universidade Federal do Paraná Edith Susana Elizabeth Fanta. Pioneira do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), Edith Fanta faleceu na madrugada desta quinta-feira em Curitiba.

Na presença de pesquisadores de universidades e centros de pesquisa de todo o país, além de representantes da Marinha do Brasil, do Ministério da Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente, os parlamentares frisaram que a participação do Brasil no 4º Ano Polar Internacional é fruto dos bons resultados obtidos pelos trabalhos científicos realizados pelo país naquele continente. Também destacaram a importância de se garantir recursos para a continuidade desses trabalhos, considerados fundamentais para a compreensão dos fenômenos climáticos do mundo.

- O gelo é símbolo. Da mesma maneira que o que acontece com qualquer pessoa no planeta hoje repercute para toda a Humanidade, cada gota derretida em qualquer dos pólos se reflete no futuro de toda a Humanidade. Estamos decidindo para onde vamos quando decidimos como cuidar bem das nossas florestas, das crianças, dos velhos, do gelo, das águas, da natureza planetária - disse o senador Cristovam, em seu pronunciamento.

No mesmo sentido, o senador Flávio Arns (PT-PR) observou que, se por um lado, o estudo do continente antártico alerta para a imensa fragilidade do planeta, por outro, as pesquisas reforçam a percepção de que "estamos todos no mesmo barco".

- O gelo acumulado nos pólos é um testemunho precioso da história da evolução geológica, climatológica e biológica do nosso planeta. A Antártida é um enorme arquivo: perfurar suas geleiras é fazer uma viagem no tempo. Muitas das respostas que esperamos encontrar sobre as alterações climáticas que presenciamos estão, certamente, escondidas sob o gelo antártico - frisou Arns.

O senador César Borges (PR-BA) lembrou que já visitou a Antártica e que, pôde perceber, na ocasião, que os cientistas e pesquisadores brasileiros "fazem bonito frente a outras nações, mesmo dispondo de menos recursos que os norte-americanos, japoneses e europeus.

- A criatividade e a determinação nacional compensam, lamentavelmente ainda, carências de estrutura para esse tão importante programa. Devido a eles, o Brasil é conhecido por produzir descobertas científicas na Antártica - destacou César Borges.

Também fizeram uso da palavra a deputada Maria Helena, co-autora do requerimento para realização da sessão, e o deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES). A sessão foi prestigiada ainda pelo senador chileno Guido Girardi Lavín, militante da causa ecológica em seu país.

Um evento histórico

Organizado pelo International Council for Science e World Meteorological Organization, o Ano Polar 2007/08 está em sua quarta realização - os primeiros eventos ocorreram em 1882/83, 1932/33 e 1957/58.

Segundo informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), equipes de pesquisadores serão enviadas pelos países participantes para a execução de pesquisas de vanguarda, a fim de examinar processos ambientais no Ártico e na Antártica, bem como as ligações dessas regiões com as demais áreas do planeta. Esse esforço mundial, multi-institucional e interdisciplinar, aumentará a habilidade dos pesquisadores para detectar mudanças ambientais e avaliar suas conseqüências socioeconômicas, segundo o Inpe.

Pelo fato de o Brasil nunca ter participado do Ano Polar, esteve ausente de importantes decisões internacionais sobre o Ártico e a Antártica - que representam aproximadamente 10% da área do planeta, de acordo com o Inpe. O Ministério da Ciência e Tecnologia está organizando um Comitê Nacional de Pesquisas Antárticas (Conapa), destinado a acompanhar e apoiar as atividades científicas durante o Ano Polar Internacional.

O Inpe informa que, até o momento, pesquisadores brasileiros já apresentaram mais de 40 propostas de ações nas diversas áreas de pesquisas para o Comitê Científico Internacional de Pesquisas Antárticas, envolvendo ciências físicas, ciências da vida e geociências. O próprio Inpe já se organizou e apresentou proposta ao Comitê Científico Internacional, com atividades na região Antártica e na América do Sul, cujos projetos vão até 2009. Os resultados científicos deverão ser divulgados a partir de 2008, com as conclusões finais em 2010, de acordo com a instituição.

Neste ano, em que o Brasil marca intensa participação no Ano Polar Internacional, comemoram-se também os 25 anos consecutivos da atuação brasileira na Antártica, com o Programa Antártico Brasileiro (Proantar), de acordo com o ministério.

A sigla do Ano Polar Internacional em Inglês é International Polar Year (IPY), e o site para consulta sobre o evento de 2007/08 é: http://www.ipy.org/

Comemorações

Na quarta-feira (7), como parte das comemorações pela participação do Brasil no 4º Ano Polar Internacional, as frentes parlamentares mistas de Mudanças Climáticas e de Apoio ao Programa Antártico Brasileiro (Proantar) promoveram o seminário O Continente Antártico e sua Influência nas Mudanças Climáticas Globais", com a presença de vários especialistas.

Raíssa Abreu / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)



08/05/2008

Agência Senado


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