Simon critica proposta de terceiro mandato
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse em Plenário, nesta sexta-feira (5), não aceitar terceiro mandato para a Presidência da República, conforme propõe o deputado Jackson Barreto (PMDB-SE). O deputado reapresentou quinta-feira (4) proposta de emenda à Constituição, arquivada outras vezes, que permite ao presidente e aos governadores e prefeitos disputarem um terceiro mandato consecutivo.
- Eu sou democrata e sou democrata para valer. E como tal, eu não aceito o terceiro mandato - afirmou, ao dizer acreditar que metade de seu partido apoia um terceiro mandato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No entanto, Simon considerou que, apesar de as bases do partido quererem candidatura própria do partido à Presidência da República, também há grupos no PMDB que apóiam a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, do governador de São Paulo, José Serra, ou do governador de Minas Gerais, Aécio Neves.
- As bases do MDB, eu diria, por unanimidade no Brasil inteiro, querem candidatura própria. Mas o deboche do comando partidário é tão intenso que acontece isso. Mas também por que não aconteceria? Se um líder do MDB está negociando abertamente a vice-presidência com a senhora Dilma e o outro está negociando abertamente a vice-presidência com o Governador Serra. Se eles estão abertamente, claramente, querendo saber quem dá mais - disse o senador.
O senador pelo Rio Grande do Sul criticou ainda o fato de a Câmara dos Deputados, em vez de aprovar a reforma política, pensar em convocar uma assembléia constituinte para tratar do assunto, conforme proposta do deputado José Genoíno (PT-SP). Segundo Simon, a proposta é que os parlamentares se reúnam e promovam as alterações constitucionais, sem a necessidade de haver eleições para os constituintes. Ele disse concordar com a proposta, e se oferece para dela participar, desde que os parlamentares que integrarão tal comissão não se candidatem mais.
- Eu não vejo na Câmara nenhuma disposição de uma medida de reforma política que tenha conteúdo de seriedade, não vejo. Querem fazer uma assembléia nacional constituinte, em que a votação é mais rápida, não tem prazo. Nós nos transformamos numa assembléia nacional constituinte, nós vamos fazer a nossa reforma de acordo com o que nós queremos. Não é sério. Sinceramente, não é sério - avaliou o senador.
Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) concordou que se pense em assembléia nacional constituinte, uma vez que já esteja no momento de alterar a Constituição. Mas defendeu que os parlamentares constituintes não possam exercer mandato pelos próximos 20 anos.
- Realmente, uma assembléia nacional constituinte pode até ser algo de que o Brasil esteja precisando, mas jamais como estão propondo, repetindo o erro de ser uma Constituição feita pelo próprio Congresso, pelos parlamentares. Constituinte é uma coisa, parlamentar é outra. Estou de acordo com o senhor, sim, que se deve fazer uma constituinte, mas dizendo que nos vinte anos seguintes nenhum de seus integrantes poderá ser candidato a qualquer cargo - disse Cristovam.
05/06/2009
Agência Senado
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