Simon defende candidatura própria do PMDB à Presidência da República



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) defendeu nesta sexta-feira (16), em Plenário, o lançamento de um candidato do PMDB à Presidência da República. Após falar sobre o papel exercido pela agremiação na história recente do país, ele afirmou que as eleições de 2002 serão a última oportunidade para que o PMDB confirme ao longo dos próximos anos a sua presença entre os grandes partidos brasileiros.

- Ou o PMDB lança candidato próprio no próximo ano, reiniciando uma etapa de fé e confiança, ou desaparece como grande partido e torna-se um desses partidos nanicos. O partido tem obrigação de não se deixar levar pelas correntezas - advertiu Simon.

O senador reconheceu que seu partido não teve bom desempenho nas eleições presidenciais quando lançou os nomes de Ulysses Guimarães e Orestes Quércia, em 1989 e 1994. Mas lembrou que, enquanto optou pelo lançamento de candidatos próprios, o PMDB conseguiu bons resultados nas eleições para a Câmara e o Senado. Além disso, ressaltou, 98% dos participantes da última Convenção Nacional do PMDB aprovaram a tese de lançamento de um nome próprio da agremiação em 2002.

Para Simon, os três maiores partidos da base de sustentação do governo - PMDB, PFL e PSDB - poderiam lançar candidatos próprios ao Palácio do Planalto. "Para isso existe primeiro turno", observou. Na sua opinião, pelo menos um desses três candidatos teria presença garantida no segundo turno das eleições presidenciais. Nesse momento, defendeu, o candidato mais bem colocado receberia o apoio dos dois outros.

- O PMDB precisa apresentar à Nação suas propostas nos campos econômico, ético e político, além de defender as reformas que devem ser feitas. Pode até não ganhar. Mas, se mais uma vez não mostrar sua cara, ficará à margem da história - afirmou.

Simon lembrou que seu partido começou a crescer depois de estabelecer, em congresso nacional realizado em Porto Alegre na década de 70, as suas principais bandeiras: a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte, a anistia, eleições diretas para a Presidência da República e o fim da tortura e da censura à imprensa. Após a rejeição da emenda constitucional que garantiria as eleições diretas, recordou, o PMDB lançou Tancredo Neves e conquistou o governo no Colégio Eleitoral.

- Tancredo tinha uma proposta emocionante para o Brasil, mas adoeceu no dia da posse. As circunstâncias determinaram a posse de José Sarney, que tinha sido presidente do PDS. Estava no Hospital de Base e vi quando o general Leônidas Pires Gonçalves chegou, ao lado de Sarney, e disse que, na sua opinião, era Sarney quem tinha que tomar posse. Mas as relações dele com PMDB nunca foram muito amistosas e, por isso, o partido tinha um pé no governo e outro na oposição - observou.

Após reconhecer o direito de Sarney de apoiar a pré-candidatura ao Palácio do Planalto de sua filha, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, do PFL, Simon disse que o PMDB sofreu um grande desgaste durante o governo Sarney, quando o país - depois do sucesso do Plano Cruzado - experimentou inflação de 80% ao mês.

Em aparte, o senador Edison Lobão (PFL-MA) defendeu o apoio de Sarney à pré-candidatura de Roseana e lembrou o papel exercido pelo PFL no movimento político que levou à implantação da democracia no país. "O PMDB não é o único partido com tradição e no início foi mesmo um caleidoscópio político", recordou. "Respeito o PMDB, mas meu partido também merece respeito, pois foi fundamental para quebra do sistema militar", disse Lobão.

16/11/2001

Agência Senado


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