Simon defende nome de Itamar como alternativa na disputa pela Presidência da República
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) ocupou a tribuna nesta sexta-feira (5) para defender a apresentação de uma candidatura que represente uma alternativa na disputa entre o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo PT, e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, pelo PSDB, à Presidência da República. O senador criticou a ala do seu partido que não quer que o PMDB tenha candidatura própria e defendeu Itamar Franco para disputar o cargo pelo partido. Mostrando-se desiludido, Simon chegou a aventar a possibilidade de deixar o partido se continuar sem espaço.
- PMDB, PT, PSDB: está tudo igual. Tem muita gente cansada hoje, cansada do Lula, cansada de tudo.E nós não temos o direito de ir para uma eleição onde a votação é essa. Por isso, acho que a última chance é o PMDB apresentar candidatura própria e, com todo respeito ao meu amigo Garotinho, acho que essa candidatura deve ser a do Itamar, pois ninguém pode dizer nada do moral, da dignidade ou da seriedade dele - afirmou Simon.
O parlamentar lamentou ainda que partidos menores, com candidatos próprios à Presidência da República - como o PSOL, com Heloisa Helena - não consigam crescer, e sugeriu ainda, como alternativa, que esses partidos reúnam-se numa grande coligação com o objetivo de apresentar uma candidatura única como opção ao Brasil.
Em seu pronunciamento, Simon criticou duramente seu partido pela decisão de não apresentar candidato próprio à Presidência da República. A culpa, segundo o senador pelo Rio Grande do Sul, é de alguns membros do partido que "estariam lucrando com os cargos oferecidos por Lula".
Simon também pediu a transcrição, nos anais do Senado, do discurso feito nesta quinta (4) pelo ministro Marco Aurélio Mello, por meio qual afirmou que o Brasil tornou-se um país de "faz-de-conta". O pronunciamento foi feito por ocasião da posse do magistrado na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo Simon, "a corrupção e a desfaçatez da improbidade parece que não têm limites no Brasil" e, por isso, o discurso crítico de Marco Aurélio merece entrar para os anais do Senado
- Marco Aurélio é um extraordinário magistrado, de coragem e firmeza nas suas posições. Espero que ele possa agir como presidente do TSE, pois numa eleição como essa, sem regras e sem limites, praticamente tudo pode acontecer- afirmou.
Ao concluir seu pronunciamento, Simon afirmou ainda que, do jeito que estão as coisas, acabará tendo que sair do PMDB, pois não está tendo como respirar no partido.
Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) convidou Pedro Simon a ingressar num partido da oposição. Segundo Cristovam, que já foi do PT, se não houver uma proposta alternativa para as próximas eleições presidenciais, "uma geração inteira vai passar por um processo político sem ouvir que o Brasil pode ser diferente".
05/05/2006
Agência Senado
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