Simon destaca 40 anos do Movimento da Legalidade



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) relembrou os 40 anos do Movimento da Legalidade, que garantiu a posse do presidente João Goulart, e os 47 anos do suicídio de Getúlio Vargas. Em discurso na tribuna do Plenário nesta quarta-feira (dia 22), Simon externou seu "preito de saudade em memória de Getúlio Vargas" e o "preito de carinho e admiração à figura de Leonel Brizola", que liderou, como governador do Rio Grande do Sul, o Movimento da Legalidade.

O parlamentar relatou os antecedentes históricos desse movimento, segundo ele "um dos mais épicos, bonitos e dignificantes da história brasileira". Após a renúncia de Jânio Quadros, lembrou, os ministros militares empossaram na presidência da República o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, julgando que o vice-presidente João Goulart - então em viagem pela China - não reunia condições para ocupar o cargo.

Dizendo que "até hoje não conseguiram encontrar a verdade histórica" da renúncia de Jânio, Simon afirmou que seu secretário particular "cometeu um gesto de incompetência política a toda prova". De acordo com o senador, Jânio - "alguns dizem que um pouco alcoolizado" - entregou a carta ao secretário, que a repassou ao presidente do Senado. Este reuniu o Congresso e declarou vaga a Presidência da República.

O parlamentar disse que o Movimento da Legalidade, no princípio, "parecia um protesto daqueles que perderam". Relatou que Brizola requisitou a Rádio Guaíba e começou o movimento convocando as forças democráticas para que se unissem em torno da posse de João Goulart.

- Até milícias civis foram organizadas, distribuindo armas aos cidadãos - afirmou Simon, lembrando que o movimento foi "uma unanimidade no Rio Grande do Sul", reunindo inclusive tradicionais adversários.

De acordo com o senador, houve "momentos dramáticos", como o da ida do general Machado Lopes, então comandante do III Exército, ao Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, onde Brizola se rebelava.

- Diziam que o general ia depor Brizola, havia a expectativa de conflito entre a Brigada Militar e as tropas do III Exército. Mas o general foi prestar solidariedade - rememorou.

Simon lembrou que João Goulart passou por Montevidéu, capital uruguaia, antes de voltar ao Brasil, onde recebeu parlamentares e aceitou um acordo para a implantação do parlamentarismo no país. O então deputado Tancredo Neves foi escolhido como primeiro-ministro, contra a vontade de Brizola.

- Recordar este movimento, a capacidade da classe civil, quando temos uma causa justa, uma liderança competente, é muito importante - afirmou o senador.

Pedro Simon lembrou que Tancredo Neves "foi um primeiro-ministro de primeira grandeza, mas desde o início ninguém queria o parlamentarismo", que foi sendo boicotado até que Tancredo renunciou, para poder disputar a eleição, e esse sistema de governo foi abandonado por falta de candidatos, já que todos os possíveis primeiros-ministros iriam disputar a eleição.



22/08/2001

Agência Senado


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