Simon diz que candidatos a presidente são "artificiais" e institutos publicam o que querem



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) condenou em discurso, nesta segunda-feira (5), a forma de condução da pré-campanha eleitoral para presidente da República. Segundo ele, jornais, rádios e televisões dão espaço aos candidatos que lhes interessa, enquanto os institutos de pesquisa mandam publicar os resultados que querem. "No Brasil, os candidatos são artificiais, feitos pela mídia em conluio com os institutos de pesquisa, sem qualquer compromisso com a verdade", afirmou.

Para Simon, o Congresso é responsável por essa situação porque não votou, em tempo hábil, projetos para fortalecer os partidos políticos, como os que exigem o financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais e programas ao vivo, nos quais o candidato fala e a população ouve, sem qualquer produção que possa falsear sua imagem.

Ao comentar os resultados das pesquisas mostrando Luís Inácio Lula da Silva em 1º lugar, com 31% das intenções de voto, e Roseana Sarney, com 19%, o senador pelo Rio Grande do Sul afirmou que, na verdade, esses números refletem uma disputa entre os marqueteiros Duda Mendonça e Nizan Guanaes, que trabalham nessas candidaturas. "Nizan está trabalhando melhor, porque conseguiu, em pouco tempo, levar Roseana de zero para 19%. Duda está, apenas, mantendo os 30% tradicionais de Lula", destacou.

Simon estranhou que os institutos sequer mencionem sua candidatura, mas o Vox Populi registrou em 80% o índice de rejeição ao senador. "Como é possível não veicular índice de aceitação de uma candidatura, mas destacar o de rejeição?", indagou.

Em aparte, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) também sustentou que a mídia e os institutos estão manipulando as eleições no Brasil, publicando dados para "iludir a população", desviando sua atenção para os fatos que importam de verdade. Também em aparte, o senador Álvaro Dias (PDT-PR) lamentou que a Câmara dos Deputados esteja engavetando projetos importantes para a política nacional, como novas regras para imunidade parlamentar e o financiamento público exclusivo de campanhas, já aprovados no Senado.

05/11/2001

Agência Senado


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