Entrevista do presidente do Vox Populi leva Arthur Virgílio a anunciar pedido de CPI sobre institutos de pesquisa



O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), anunciou que vai propor a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar os institutos de pesquisa por dentro, desde sua contabilidade e métodos de operação até suas ligações com os partidos políticos e com o governo.

Ele explicou que sua proposta é devida a declarações do presidente do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, sobre a inevitabilidade da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2006, "não importa o que faça na Presidência". Para Arthur Virgílio, uma afirmação dessa natureza, tanto tempo antes do processo eleitoral, representa uma temeridade política.

- Afirmar que o resultado, adverso ao PT, nas urnas de São Paulo, Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba não terá o peso que muitos acreditam, me parece vontade demais de mostrar serviço ao governo. Quero respeito à inteligência dos brasileiros - afirmou.

O senador por Amazonas disse estar preocupado com as afirmações de Marcos Coimbra, por considerá-lo um sociólogo de boa formação intelectual. Afinal, continuou, há muitos fatos negativos no governo Lula e é estranho que o Vox Populi tenha tanta certeza de que Lula seja imbatível em 2006. Como fatos negativos o senador citou vaias ao presidente em vários lugares do Brasil; disputa entre o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa, e os ministros Antonio Palocci (Fazenda) e Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento e Comércio Exterior); paralisia na Câmara, com 25 medidas provisórias trancando a pauta.

Arthur Virgílio afirmou que, segundo Coimbra, um político somente disputará contra Lula em 2006 se for obrigado, uma vez que sua derrota será certa. Em sua entrevista à revista Época, o sociólogo já garante que o governador Geraldo Alckmin será derrotado tanto se disputar a Presidência da República quanto se concorrer ao Senado contra Eduardo Suplicy.

- Eu quero saber de onde ele tira tanta certeza, a que objetivos o seu instituto serve, porque não me parece que pretenda esclarecer a opinião pública brasileira. Talvez com a criação da CPI possamos descobrir mais sobre tantos prognósticos políticos cabais - concluiu Arthur Virgílio.



16/11/2004

Agência Senado


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