SIMON DIZ QUE NÃO CONTRIBUIU PARA QUEDA DE MINISTROS
- Não tive nenhuma participação em nada. É contra a minha natureza ter a pretensão ridícula de que eu tenha tido qualquer participação na queda do ministro Clóvis Carvalho - disse Simon da tribuna do plenário, ao admitir que os discursos, "mesmo os mais brilhantes e de maior profundidade", não têm o poder de mudar votos.
Na opinião do senador, Mendonça de Barros renunciou por ter sido pego "em uma situação muito difícil", ou seja, a gravação de suas conversas acerca do processo de privatização do sistema Telebrás. E, para Simon, o problema de Clóvis Carvalho foi que ele chamou não apenas o ministro da Fazenda, Pedro Malan, de covarde, como também o presidente da República.
- A política que está aí é a de Fernando Henrique Cardoso. Malan não tem vida própria. Não é como o ministro dos transportes que é um deputado do PMDB, ou como um ministro do PFL. É ministro de Fernando Henrique, sua política é a de Fernando Henrique - enfatizou o senador.
Simon citou as declarações do líder do governo, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), que teria comentado que Simon se sente responsável pelas mudanças no ministério. "Não me senti atingido pela fala do senador Arruda. Se Arruda ainda não me conhece, precisa conhecer", afirmou Simon.
ESTADÃOO senador comentou ainda editorial do jornal O Estado de S. Paulo publicado na última quinta-feira (dia 9), em que foi criticado e colocado "como um político profissional, na linha do que tem de pior na vida pública".
- O que eu posso fazer para responder? Vou fazer um apelo ao Estadão: que procure investigar a minha vida, meu governo, minha passagem pelo Ministério, publiquem o que quiserem. Mas num editorial, ficar por isso mesmo? Acho que não é correto - reclamou, ressalvando ter ficado satisfeito por ver publicado com destaque no jornal do dia seguinte parte do seu pronunciamento.
10/09/1999
Agência Senado
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