Simon elogia reação da Comunidade Europeia contra espionagem americana



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) saudou em Plenário, nesta sexta-feira (25), a reação conjunta dos países da Comunidade Europeia contra as ações de espionagem do governo norte-americano. Ele registrou que, em reunião nos dois últimos dias, presidentes e primeiros-ministros decidiram que não bastaria apenas protestar, mas somar esforços e tecnologias para se contrapor aos atos invasivos.

– Já não é tratamento de amigo: é tratamento de ver que alguém está ali para fiscalizar, para usurpar, para tentar conhecer as coisas – disse ele, interpretando como os líderes avaliam os atos do tradicional aliado.

De acordo com Simon, os líderes receberam com “incredulidade e surpresa generalizadas” a informação de que mesmo os mais próximos aliados dos americanos são vigiados, como a França e a Alemanha. A seu ver, agora está mais do que claro que a questão do terrorismo foi mero pretexto para a espionagem contra governos, cidadãos e empresas de todo mundo.

– O americano enchia a boca ao dizer que fazia um serviço contra o terrorismo; que ele, americano, era uma espécie de defensor designado por Deus para defender o mundo contra os terroristas, e se verificou que não era bem assim – acrescentou.

Simon comentou que não se conhecia a real dimensão das ações da agência norte-americana de informações quando vazou que a presidente Dilma Rousseff e a Petrobras, na véspera do leilão da maior reserva de petróleo do país, estavam sendo vigiadas. Para o senador, Dilma reagiu de forma correta ao cancelar visita aos Estados Unidos e, depois, ao abordar a questão na Assembleia Geral da ONU.

O senador observou que nem o telefone da chanceler alemã, Angela Merkel, ficou fora da bisbilhotagem. Para ele, os fatos agora conhecidos arranharam em definitivo a credibilidade da superpotência norte-americana. Simon contou que a simpatia que lhe causou a eleição do presidente Barack Obama, agora virou frustração. Segundo ele, apesar das ações positivas a favor de seu povo, Obama age em relação ao mundo de forma “igual ou até pior” que Goerge Bush, seu antecessor.

Debates

Simon destacou ainda a iniciativa do Senado em debater grandes temas nacionais por meio das sessões témáticas em Plenário, como parte das ações da comissão que lidera o programa “Senado do Futuro”. Depois de elogiar o presidente da Casa, Renan Calheiros, propositor do programa, ele disse que ficou muito satisfeito com as discussões do dia anterior, sobre o novo pacto federativo, com a presença do ministro da Fazenda, Guido Mantega, além de governadores.

O senador lastimou que a revisão do pacto federativo não tivesse sido feita durante a Assembleia Nacional Constituinte de 1986, que legou ao país a atual Constituição. A seu ver, o texto é muito democrático e assegurou avanços sociais, mas ficou “um pouco corporativo”. Agora, na discussão do pacto, envolvendo inclusive a reforma tributária, ele disse enxergar a mesma coisa.

– Estamos discutindo como distribuir o dinheiro entre os estados, em vez de discutir como os estados, juntos, vão fazer um Brasil melhor – afirmou.



25/10/2013

Agência Senado


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