SIMON: "EU NUNCA VI O GOVERNO TOMAR UMA ATITUDE SÉRIA CONTRA O SISTEMA BANCÁRIO"



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse nesta sexta-feira (dia 28) que nunca viu o governo tomar uma medida que ferisse os interesses do sistema bancário. Ele se referia às conclusões da CPI dos Precatórios, que apontaram o Bradesco como a instituição que mais se beneficiou com as irregularidades praticadas, segundo relatório do senador Roberto Requião (PMDB-PR).O mais grave de tudo, na avaliação de Simon, foi que ninguém, nem mesmo Requião, sabia que o Banco do Brasil (BB) seria o elo final da "corrente da felicidade", como o relator da CPI se referia ao processo utilizado pelas instituições financeiras para obterem lucros exorbitantes com a emissão de títulos para pagamento de precatórios.Simon fez uma associação entre o destino final dos precatórios e a afirmação do ex-presidente do BB Andréa Calabri, segundo o qual o banco quebraria, caso a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) negasse o pedido para rolagem da dívida da prefeitura de São Paulo. O senador José Eduardo Dutra (PT-SE), ressalvando não ter como comprovar a hipótese, levantou a possibilidade de o destino final dos títulos ter sido acertado em uma visita do ex-prefeito paulistano Paulo Maluf ao palácio da Alvorada, no período final do primeiro mandato de Fernando Henrique, em 1998. - A partir dali, veio o empréstimo para a prefeitura de São Paulo, ao mesmo tempo que Maluf, que era o prefeito e candidato potencial à presidência da República, desistiu de entrar na disputa com Fernando Henrique - lembrou Dutra. Também em aparte, o senador Belo Parga (PFL-MA) sugeriu que Simon encaminhasse pedido de informação à diretoria do Banco do Brasil, para saber porque títulos acabaram sendo assumidos pela instituição.

28/04/2000

Agência Senado


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