Simon homenageia Chico Buarque
Em discurso de homenagem ao compositor Chico Buarque de Holanda, por seus 60 anos de idade, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou que Chico é um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos
e que, como poucos, projetou a imagem do Brasil no exterior. O senador destacou que o compositor trilhou o caminho da resistência e do combate ao regime militar e qualificou o homenageado de “artista múltiplo”.
Como compositor, registrou Simon, Chico é uma unanimidade nacional, com as centenas de músicas que produziu nas décadas de 60, 70 e 80 sendo freqüentemente regravadas e tocadas permanentemente nas rádios. Ainda segundo o senador, os três livros escritos pelo homenageado - Estorvo, Benjamim e Budapeste - vêm obtendo sucesso de público e de crítica. Além disso, destacou o orador, Chico produziu muito para cinema e teatro e é marcado pela política. - Considerado o artista que mais atacou o regime militar com suas composições, ele jamais deixou cair a qualidade do seu trabalho. Nunca descambou para o panfleto. Simon referiu-se aos problemas enfrentados por Chico Buarque com a censura e disse que os muitos atritos entre o compositor e o governo militar acabaram por transformá-lo num símbolo de resistência à ditadura. - É importante considerar ainda que, além das músicas com claro objetivo de contestação política, Chico Buarque tem uma grande produção voltada para as questões sociais mais graves do país, que são hoje as mesmas dos anos 70. Com uma diferença: alguns desses problemas são hoje ainda mais profundos – acrescentou o senador, citando as músicas Construção, Pivete e Meu Guri. Para Simon, pode-se dizer que aquilo que Chico denunciava sobre a ditadura não existe mais. Mas as mazelas sociais cantadas por ele, enfatizou, mantêm-se.
- Ouso dizer até mesmo que o desprezo das elites pelo povo brasileiro, denunciado pelo compositor, ainda permanece.
O senador desejou felicidades a Chico Buarque. Em apartes, também homenagearam o compositor os senadores Mão Santa (PMDB-PI ), Eduardo Suplicy (PT-SP), Demostenes Torres (PFL-GO) e João Capiberibe (PSB-AP).
08/07/2004
Agência Senado
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