Simon lembra integração europeia e defende Mercosul



O senador Pedro Simon (PMDB-RS) utilizou o exemplo da integração europeia nesta segunda-feira (21), em Montevidéu, para fazer uma apaixonada defesa do Mercosul. Se após a 2ª Guerra Mundial franceses e alemães dificilmente poderiam imaginar que seriam integrantes da União Europeia, comparou, a disposição ao diálogo ocorrida ali também poderá ter um grande papel na construção de um caminho próprio para a integração regional sul-americana.

O Parlamento Europeu, disse o senador, já é mais importante do que os parlamentos nacionais de vários daqueles países. Da mesma forma, assinalou, o euro já circula em quase todo o Velho Continente, como resultado concreto da integração econômica europeia. E a crise econômica mundial, a seu ver, demonstrou que, unida, a Europa teve mais capacidade de enfrentar os desafios da recessão e do desemprego.

Simon lembrou que há pouco mais de três meses os representantes paraguaios no Parlamento do Mercosul pareciam defender o rompimento das relações diplomáticas com o Brasil, por falta de entendimento em relação ao pagamento feito pelo Brasil ao Paraguai pela energia produzida pela Hidrelétrica Binacional de Itaipu. Ele considerou justas as reivindicações paraguaias e elogiou o presidente Luis Inácio Lula da Silva por haver aberto negociações com o Paraguai.

- Não bastava dizer que em 2023 o Paraguai passaria a receber mais, a questão é hoje. E Lula teve a grandeza de fazer entendimento com o presidente do Paraguai, triplicando o que o Brasil paga ao país vizinho - afirmou Simon.

O senador disse acreditar que o Parlamento do Mercosul está no "bom caminho", apesar de a própria imprensa do Uruguai - país sede do bloco - praticamente não abrir espaço a notícias a respeito de suas reuniões.

- Talvez mais cedo do que se pensa o El Pais começará a publicar notícias sobre o Mercosul - previu Simon.

Colômbia

O pronunciamento de Simon foi uma resposta ao discurso do parlamentar uruguaio Pablo Iturralde, do Partido Nacional, de oposição ao atual presidente Tabaré Vázquez. Iturralde havia feito uma dura crítica ao Mercosul, afirmando que não se poderia estar mais longe do ideal em termos de integração regional.

O deputado Dr. Rosinha (PT-PR) também respondeu às críticas feitas pelo parlamentar uruguaio. Embora sem citar diretamente seu nome, Rosinha observou que o Partido Nacional uruguaio sempre critica o processo de integração regional.

- Para eles, quanto pior melhor - criticou Rosinha.

Ainda no período de debate livre da sessão do Parlasul, o senador José Neri (PSOL-PA) criticou o acordo militar celebrado entre a Colômbia e os Estados Unidos. Em sua opinião, o acordo provocou "profunda instabilidade política na a região". Ele recordou que existem "graves denúncias de violações de direitos humanos" na Colômbia, onde ainda estariam ativos grupos paramilitares. E propôs que o Parlamento do Mercosul tome a iniciativa de debater o tema com outros órgãos legislativos regionais, como o Parlamento Andino e o Parlamento da América Central.

- De forma coordenada, poderíamos expressar nosso mais veemente repúdio a essa iniciativa e discutir uma solução que não implique a submissão aos interesses do império comandado pelos Estados Unidos - afirmou Neri.



21/09/2009

Agência Senado


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