SIMON: LUCENA, COM SERENIDADE, TOMAVA DECISÕES FIRMES
Sem a serenidade de Humberto Lucena, exercida com firmeza e equilíbrio, conforme salientou o senador Pedro Simon (PMDB-RS), dificilmente a CPI do Orçamento teria sido realizada. Na presidência do Congresso quando muitos reivindicavam a criação da CPI e tantos outros o procuravam para sugerir que evitasse sua instalação, Lucena disse a Simon, então líder do governo Itamar Franco no Senado, que trabalharia pela criação da comissão, disse o senador.
Confessando-se "muito machucado" com a morte de Lucena, Simon ressaltou que a mesma combinação de serenidade e firmeza esteve presente nos momentos mais dramáticos do MDB, ao qual o ex-presidente do Senado se filiou após a extinção dos partidos políticos e a implantação do bipartidarismo na época ditatorial: "Como representante típico do velho PSD, Lucena tinha tudo para ficar no partido oficial mas foi para o MDB".
Ao concordar com Bernardo Cabral, segundo o qual muitas vezes os políticos têm que morrer para merecer alguma deferência, Simon lamentou que Humberto Lucena "nem isso teve, pois hoje a imprensa não foi justa como deveria, foi cruel". A seu ver, a maioria dos jornais fizeram questão de repetir que Lucena teve seu último mandato inicialmente cassado pelo TSE, devido à impressão de calendários na gráfica do Senado. "Foi um tremendo equívoco do TSE, pois seus ministros sabiam, assim como nós todos, que muitos outros senadores também imprimiram trabalhos na gráfica", frisou.
No âmbito pessoal, Simon lembrou que Lucena, "homem simples que morreu com as mãos vazias", deu-se ao trabalho de ir a Minas Gerais para visitar Chico Xavier e trazer-lhe uma mensagem relativa à morte de seu filho, recentemente falecido em acidente automobilístico no Rio Grande do Sul.
Em aparte, o senador Carlos Wilson (PSDB-PE) registrou que foi preciso Humberto Lucena morrer "para que se reconhecesse sua honestidade e retidão".
14/04/1998
Agência Senado
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